As gentes do Benfica abusam de trejeito que, apesar de não lhes ser exclusivo, está-lhes mais arreigado, e que é transversal à comunidade encarnada, do presidente ao adepto. Quando as coisas correm mal e sentem-se prejudicadas, pensando assistir-lhes a razão, não se restringem à insatisfação e a expressá-la com comedimento. Revoltam-se e extrapolam o bom senso. Foi o sucedeu após o jogo com o Barcelona sobre eventuais erros de arbitragem com influência na derrota, quando Rui Costa terá descido do camarote presidencial para «confrontar» árbitro com os erros gravosos que (se) considerou determinantes para o frustrante desaire. O presidente do Benfica deveria eximir-se desses comportamentos. Seguiu-se-lhe o candidato assumido às próximas eleições, João Diogo Manteigas, que considerou, e bem, que «deslocações relâmpago do camarote presidencial para o túnel da Luz com a cabeça a ferver para confrontar o árbitro (…) não resolvem problemas» e apelou ao «protesto por «manifestação pública» da SAD encarnada. Protesto público ou remetido à UEFA, permanece a dúvida, tal como sobre a razoabilidade e utilidade de ambos. No desporto, como na vida, por vezes as coisas não são justas e nem sempre correm de feição. A derrota foi amarga, mas os lances - dois penáltis: um contra que foi (mal) assinalado, outro a favor que passou (com erro) impune, são passíveis de dúvida e, por isso, de análise subjetiva, pelo árbitro, dispensando recurso ao VAR. Acontece. Bola para a frente. Evite-se a vulgarização, cultivem-se honra e dignidade.