Benfica: «Di María para quê?»
Ironicamente, aqui chegados, o jogador de maior carreira no plantel e que na época passada teve números estatísticos incríveis é discutido nas bancadas da Luz.
O Benfica está a fazer uma boa pré-época, tanto assim foi que, como se previa, o negócio João Neves/Renato Sanches pôde acelerar entre uma goleada ao Feyenoord e uma enchente no Algarve com o Fulham que, esperam os adeptos encarnados, continue a somar triunfos e exibições de acordo com as expectativas.
Isto apesar de alguns contratempos, como as lesões de Rollheiser e Schjelderup, que mais do que terem afetado ânimo dos adeptos, afetaram as esperanças deles próprios.
Agosto é um mês de futebol: de jogos de pré-época, de jogos oficiais, de supertaças, qualificações europeias, inícios de campeonatos, sorteios de UEFA e fim de mercado. No fundo, sem nos darmos conta, é o mês em que mais futebol se consome, até pela expectativa de um novo começo.
No Benfica, será um recomeço, com Roger Schmidt a recuperar ideias e alguns adeptos – ainda haverá ceticismo pela Luz. Os sinais da equipa são bons – já o escrevi antes, também são no Dragão e Alvalade -, mas o verdadeiro teste será quando chegar a peça que está em falta: Di María.
Ironicamente, aqui chegados, o jogador de maior carreira no plantel e que na época passada teve números estatístico incríveis é discutido nas bancadas da Luz. Porquê? Porque ele é também o que tem maior estatuto.
Ninguém duvida do talento que El Fideo ainda tem. Capaz de ganhar jogos, de fazer coisas que, provavelmente, só ele consegue fazer apesar do muito talento que brota na I Liga. Aqui a questão é a quantidade de vezes, a recorrência, portanto, com que ainda o faz.
Esse, a gestão do seu melhor jogador, é um desafio que Roger Schmidt ainda tem de mostrar aos exigentes benfiquistas que é capaz de lidar. Porque essa dúvida é aquela que ainda paira no ar: como vai ser quando chegar Di María?
O coletivo está a responder bem - mesmo sendo pré-temporada na qual todas as análises devem ser prudentes - está confiante, está solidário e, sobretudo, responde taticamente. Seja numa direita do ataque ocupada por João Mário ou por um mais criativo David Neres. Já agora, até o treinador parece mais ativo na lateral.
Após a goleada de 5-0 ao Feyenoord vi numa rede social a pergunta: «Di María para quê?» Essa não pode ser uma dúvida que paire no ar na realidade benfiquista de 2024/25. Roger Schmidt sabe-o e confia que tem a resposta certa.