CUMPRIDA a pausa para a dupla jornada da Seleção Nacional, a Liga vai regressar em força, sem mais interrupções, até à derradeira jornada, prevista para 28 de maio. Quando ainda há 27 pontos em disputa, quem pensar que alguma coisa já está resolvida, pensa mal. Nem o título, nem a ida à Champions, nem sequer a luta pela fuga à despromoção. Nenhum médico declara o óbito a um sujeito que apresente sinais de vida e, metaforicamente, é claro, nesta Liga ninguém entregou, para já, a alma ao Criador. E há algumas coisas que podem escapar ao comum dos adeptos, que tentarei clarificar.A partir de agora - nove jogos seguidos, um por fim de semana, até acabar a Liga - entra em campo um elemento que só nas fases finais, quando são tomadas decisões, aparece na sua força plena: a pressão, que é como o oxigénio, que existe mas não se vê, e é determinante para o sucesso ou insucesso das equipas. Nas últimas jornadas de todos os campeonatos, para jogadores, treinadores e árbitros, é como se estivessem habituados a andar no arame com uma rede de proteção a evitar que, caso algo corresse mal, se estatelassem no chão, e de repente passassem a andar no arame sem rede, circunstância em que qualquer erro é a morte do artista. Quem não perceber esta realidade, quem não tiver convicção plena de que, até ao fim, cada jogo ser mais difícil, independentemente do adversário, que o anterior, ficará mais perto de cair do arame, e não ter rede...É por isso que os treinadores, por norma mais experientes e com mais mundo que os jogadores, os advertem para o perigo que anda à solta nas últimas jornadas. E deverá ser pela mesmíssima razão, para evitar que alguém se esborrache na pista do circo, que o Conselho de Arbitragem não pode facilitar nas nomeações, este ano com uma evidência nova, que, a meu ver, deve ser levada em consideração: nos jogos de coeficiente de dificuldade mais elevado, só deverão sentar-se na cadeira do VAR os mais capazes (os dedos de uma mão sobram para contá-los), porque é por aí que passam, no futebol dos dias de hoje, as grandes decisões. Poder-se-á argumentar que a manta é curta, a qualidade não abunda, e os mais aptos também fazem falta dentro das quatro linhas. Porém, é mais eficaz uma equipa de arbitragem que tenha um bom VAR e um árbitro assim-assim, que o contrário. ÁS – ROBERTO MARTÍNEZ É verdade que Liechtenstein e Luxemburgo eram adversários tenrinhos (mais os primeiros que os segundos), mas não é menos verdade que o novo selecionador de Portugal, que mudou o sistema, estreou-se com duas vitórias seguras e robustas, e deixou boas sensações. Quando chegarem os jogos a doer, voltaremos a falar... ÁS – RAFAEL LEÃO Apesar dos poucos minutos que esteve em campo, e não obstante ter sido negligente na forma como desperdiçou uma grande penalidade, deu para perceber que o avançado do Milan é um jogador diferenciado, que estará muito perto de ter o seu espaço próprio na Seleção Nacional. Tem golo e é uma gazua inestimável. DUQUE – EDNALDO RODRIGUES O Brasil perdeu no sábado em Marrocos (não fomos só nós, a Bélgica e a Espanha, no Catar...) e 128 dias depois de ter sido eliminado do Mundial-2022 pela Croácia, o presidente da CBF ainda não arranjou sucessor para Tite. Ao país-irmão não faltam grandes jogadores, falta, sobretudo, coragem para cortar com o status quo...