Aconquista da Supertaça Cândido de Oliveira pelo Benfica, que venceu o FC Porto em Aveiro por 2-0, deve ter acabado com as dúvidas que pudessem subsistir no espírito de Roger Schmidt quanto ao melhor equilíbrio dos encarnados na presente temporada, diferente da anterior pela necessidade de compensar o que Di María não defende à direita, e pela necessidade de compensar o que, do outro lado, não há Grimaldo para fazer. João Neves, que encheu o campo na cidade dos moliceiros, e Fredrik Aursnes, que segurou a esquerda como João Mário não tinha sido capaz de fazer, parecem óbvios no onze inicial. Da mesmo forma, seja com Musa ou com Arthur Cabral, a equipa da Luz não deve descaracterizar-se, como começou por fazer diante dos dragões, abdicando de um ponta de lança de raiz. Feitos estes pequenos acertos, a profundidade do plantel dá garantias a Schmidt que estiveram ausentes na temporada passada. O maior perigo que o Benfica corre apenas ganhará forma se os encarnados baixarem a guarda. E, nessa perspetiva, o jogo de hoje, no Bessa, frente a uma equipa - como todas as de Petit - muito aguerrida, vai constituir um ótimo teste à entrega, disciplina, humildade e resiliência dos encarnados... AO contrário do que sucedeu em épocas anteriores (um jogo por jornada), a Liga portuguesa não terá transmissão nos canais do Reino Unido na temporada que agora está a começar, depois da TNT Sports ter confirmado o abandono do nosso campeonato. Por ser o local mais procurado pela nova emigração portuguesa, o que faria supor um interesse óbvio dos operadores, esta recusa é um rude golpe nos planos de internacionalização do futebol nacional. APROVEITANDO nova legislação comunitária (de 12 de julho de 2023) que pretende regular «os subsídios estrangeiros que possam distorcer o mercado interno», a Liga espanhola apresentou queixa na Comissão Europeia contra o PSG/Catar. O que vier a ser decidido influenciará, inevitavelmente, o procedimento da UEFA, que, apesar do Brexit, poderá alargar-se ao Manchester City/Abu Dhabi ou ao Newcastle/Arábia Saudita. Revolução, por via comunitária, à imagem do que aconteceu com Jean-Marc Bosman, à vista? ÁS – VIKTOR GYOKERES Dois golos de fino recorte no jogo de estreia na Liga portuguesa são um excelente cartão de visita para o avançado sueco. Mas melhor ainda é a capacidade que mostrou de umas vezes segurar a bola de costas para a baliza, e fazer jogar a equipa; e noutras só ter olhos para o fundo das redes adversárias. Boa pinta... ÁS – VITINHA Depois de seis meses de difícil adaptação ao futebol gaulês, Vitinha começou esta época a Ligue 1 a titular do Marselha, frente ao Reims, e levantou o Stade Vélodrome ao assinar, aos 73 minutos, o golo da vitória da equipa que pode vir a defrontar o seu SC Braga no play-off de acesso à Champions. As teias que a vida tece! REI – VITINHA Uma vitória caída do céu - e não há vitória que desmoralize - evitou males maiores ao Sporting. Rúben Amorim deve aproveitar ter saído daqueles 90 minutos com prejuízo zero (em pontos) para refletir sobre as duas caras que a sua equipa mostrou no jogo com o Vizela, e na necessidade de melhorar o equilíbrio global.
