Aprender com os erros
É muito fácil perceber quando alguém foge às suas responsabilidades
APRENDER com os erros é uma das lições mais importantes que uma pessoa pode experimentar ao longo da vida, porque é um compromisso com o autoconhecimento. Uma predisposição para assumir responsabilidades e aceitar as consequências do equívoco.
Assumir um erro é, por isso, um ato de franqueza e sinceridade, que impulsiona diversos aspetos na vida de uma pessoa. Apesar disso, não deixa de ser triste constatar que há cada vez mais gente incapaz de admitir que erra. Este aumento advém da tendência recente para a individualização e egocentrismo, algo que se justifica, em parte, na forma como tudo acontece hoje em dia.
As consequências de uma postura assim podem ser desastrosas para o próprio e para quem o rodeia, por isso importa perceber: porque é que isto acontece? E como se deve atuar perante indivíduos assim?
Vários estudos indicam que é mais fácil uma pessoa desculpar-se por incomodar do que por errar. Isso está relacionado com uma necessidade que lhe está enraizada: a de mostrar-se infalível.
Reconhecer uma falha seria mostrar vulnerabilidade. Seria reconhecer que não cumpriu com determinada expectativa. Por trás dessa postura, costuma existir uma personalidade complexa, que quase sempre encobre traumas mais longínquos. Normalmente uma pessoa assim nem percebe que está a alimentar um comportamento pouco equilibrado.
Neste padrão cabe também outro perfil bem tipificado, o das pessoas com rasgos de narcisismo. Essas, normalmente, utilizam a perspicácia e inteligência para detetarem erros alheios e usá-los como arma de arremesso. Ao evidenciarem os demais, saem dos holofotes e evitam serem questionadas.
Há uma falsa crença em torno de gente assim, que tem dificuldades em assumir que falha: é a de que isso afeta a sua força de caráter, imagem e competência.
Nada mais errado. Deve fazer parte do seu crescimento interior a capacidade de se distanciarem dessa ideia. É muito fácil perceber quando alguém foge às suas responsabilidades, mesmo que escudada em argumentos de ferro.
Quando isso acontece, dá-se o oposto do que sempre ambicionou: a sua imagem fica marcada pela negativa e passa a ser vista pelos outros como pouco humildade, arrogante, desrespeitosa, etc.
Nunca é tarde para rever este tipo de comportamento e construir uma atitude mais positiva. Não é uma questão técnica, é uma questão interior.
Dicas: trabalhar o lado mais humano, deixar de se autoenganar, deixar de alimentar a perfeição como elemento indispensável para a realização, trabalhar a resiliência, aprender a ser mais tolerante e agradecido.
Errar todos os erram e raramente o fazem com malícia. O difícil mesmo é ter nobreza no meio do desastre.