André Villas-Boas: cai a máscara?
André Villas-Boas

André Villas-Boas: cai a máscara?

OPINIÃO05.12.202409:30

O presidente do FC Porto mostra a fraqueza de quem verga às mais pérfidas forças de bloqueio nos clubes grandes, as da arruaça e da violência, hordas mentecaptas

André Villas-Boas, num discurso palavroso e rebuscado de pároco na Gala Dragões de Ouro e em louvas desbragadas a Pinto de Costa, que o despreza sem pejo, tentou evangelizar os adeptos contestatários do desempenho atual da equipa de futebol, que são, na esmagadora maioria, os saudosistas do antecessor, e por este, revanchistas. Erro crasso.

Esses não se deixarão levar em falinhas mansas, de apelo ao sentimento de uma glória desportiva em tempos não distantes, cujos apodrecidos alicerces o próprio classificou de ruinosos e a urgir substituição por novos, e de que fez lema de campanha eleitoral; ou com ataques de chacota ao Benfica, no melhor seguidismo do discurso de guerrilha pintista.

Com isto, André Villas-Boas mostra a fraqueza de quem cede ao terrorismo. De quem verga às mais pérfidas forças de bloqueio nos clubes grandes, as da arruaça e da violência, hordas mentecaptas. Que desilusão para os que, esmagadoramente, depositaram, em urna, total confiança nele e no seu plano de salvação do clube. Os que querem cortar com os males do passado, sem cortar com a glória desportiva. Esses, deveria saber AVB, serão tolerantes, não precisam de falinhas e de farpas aos adversários-rivais, porque são inteligentes.

Mais personalidade mostrou o seu contestado treinador no discurso após o jogo com o Casa Pia. «Goste-se ou não, são as nossas [minhas] ideias e convicções, e estas só estão a julgamento pelo presidente do clube», disse Vítor Bruno. Quis o técnico já desacreditado nas hostes dos Super Dragões, que não serão estes e quejandos que irão vergá-lo pelo barulho e pressão, e muito menos crê que o possam fazer cair. Bom, pelas atitudes mais recentes da máxima figura na hierarquia do clube, se calhar é melhor não ter tanta certeza.