AG convocada pelos sócios
São questões pertinentes. Mas há que aprofundar o dedo na ferida
S OU suspeito para escrever sobre o atual presidente da MAG do Benfica (Clube). Este merece, há mais de 15 anos, a minha estima por questões de Alma Mater e profissionais. Portanto, em nada relacionado com o atual cargo que ocupa e que eu considero, como em todas as restantes agremiações, a mais elevada posição. Posto isto, não foi com surpresa que li as palavras do movimento Servir o Benfica ao revelar que Rui Pereira saudou a sua iniciativa com vista à discussão democrática no seio do Clube. Lufada de ar fresco por comparação com os últimos 17/18 anos em que as reuniões Magnas benfiquistas foram pauperrimamente dirigidas. Mas aguarda-se por avaliação final dado que a procissão ainda vai no adro quanto ao mandato em curso e no futebol existe tendência para as pessoas se bipolarizarem. Para já foi aceite o requerimento com 10 mil votos com vista a uma AG Extraordinária com ordem de trabalhos que dará que falar: (1) decisão sobre o modo de votação (eletrónico ou físico) em futuras deliberações, (2) criação de uma comissão independente de sócios e atribuição de poderes para se realizar auditoria ao sistema de votação eletrónica utilizado nas últimas eleições e ao esclarecimento sobre a forma de recolha das urnas que continham os talões de voto, (3) discussão sobre o processo de contagem dos votos depositados nas urnas durante a última AG e modo da sua divulgação aos sócios e, por fim, (4) discussão sobre proposta de Regulamento Eleitoral. Questões pertinentes. Mas há que aprofundar o dedo na ferida pois desde a sua última alteração os estatutos em causa são democraticamente doentes. O artigo 17.º, n.º 2, alínea d), por exemplo, só permite a sócios efetivos com mais de 10 anos consecutivos de filiação requerer a convocação de AG extraordinárias. Oblitera-se a juventude e a new age de agir. A doença está de tal forma espalhada que o Regulamento Geral em vigor é da época dos dinossauros. Parece propositado.