A DÁN volta a ser réu. Habituem-se, como diria António Costa, que os erros são para ficar até à eleição de novo guarda-redes. O espanhol foi crucial no título e vai continuar a assinar grandes defesas, alternando-as, previsivelmente, com más decisões. Já a caminho dos 36 anos e com a perda de elasticidade, reflexos e clarividência, é natural. Schmidt explicou aquilo que todos os que têm visto o novo Chiquinho conseguem perceber: o médio tem excelente controlo de bola, bom passe, corre muito, ganha duelos, mostra-se disponível na zona de construção para encontrar a posição certa, não comete erros sob pressão… e, acrescento eu, é capaz de circular e mudar o centro de jogo como mais ninguém no plantel das águias. Chidane não é Zidane e terá a eterna sombra de Enzo a pairar sobre si, mas descobrem, se procurarem, que são poucos os jovens com a arrogância positiva do campeão do mundo e que essa foi a base da sua afirmação. Falta saber se a outra opção pode vir a ser, em breve, João Neves. No Dragão, um FC Porto de novo cirúrgico estendeu com mérito a série de triunfos. Para mim, a forma como se perde é importante e por isso destaco a fantástica exibição do Rio Ave de Luís Freire, que merecia levar um ponto para casa, pelo menos. Em Inglaterra, o processo Ten Hag tem o lugar na Liga dos Campeões já consolidado e ainda sonha com o título na Premier League, com Bruno Fernandes e Rashford em grande. O Arsenal recuperou alma e o Man. City esvaziou-a quando não se esperava, mesmo com Bernardo Silva a deixar a posição de lateral-esquerdo (lateral ao jeito de Guardiola) que fez sorrir os fãs de Jorge Jesus para apontar um golaço na posição oito. Em França, a arbitragem e a exibição do PSG obrigaram Luís Campos a descer da bancada para ajudar Galtier a dar a volta ao Lille. Messi decidiu de livre, mas não cortou a tensão na cidade-luz.