A Allianz Cup atingiu o seu estado de maturidade e o ponto mais alto da sua existência. A prová-lo estão os números da edição 2024/2025, que no sábado terminou em Leiria com a vitória do Sport Lisboa e Benfica e na qual quebrámos o recorde de assistências em estádio, com mais de 60 mil espectadores nas bancadas ao longo dos três jogos, todos eles com lotação esgotada, algo nunca antes visto. A mostrá-lo, também, os mais de 2,5 milhões de telespectadores que, em média, acompanharam a transmissão da final em direto através da SIC, estação que, no desempate por penáltis, chegou mesmo a ultrapassar os 50 por cento de share. Os números estão aí, falam por si próprios e enchem-nos de orgulho. Mas há, também, dados que, embora não mesuráveis, mostram bem o alto patamar que a Allianz CUP atingiu. Antes olhada de soslaio por Clubes, dirigentes, treinadores e adeptos — muitas vezes, é bom não esquecer, foi utilizada apenas para dar minutos aos jogadores menos utilizados —, é, atualmente, olhada com a ambição destinada às grandes provas. Basta olhar para a forma como treinadores e jogadores falam sobre o desejo de a vencerem. Para a forma como as equipas se apresentam, sempre, na máxima força. Para o modo efusivo como os adeptos celebram quando veem a sua equipa a levantar o troféu. Para a forma como cada vez mais parceiros procuram nela a valorização das suas marcas. A comparação entre o passado e o presente mostra-nos uma diferença abismal! Convém não esquecer o espírito com que, em 2007, esta competição foi criada, não para ombrear com as principais provas nacionais (Campeonato e Taça de Portugal), mas numa perspetiva comercial e de afirmação de marca. Foi assim que gente valiosa do nosso Futebol — Hermínio Loureiro, Fernando Gomes, Tiago Craveiro, etc… — a criaram. 18 anos depois, a Taça da Liga cumpriu esse desígnio. Mas foi ainda mais longe, conquistando e cimentando, com todo o mérito, também o seu lugar no calendário desportivo português. Não foi, temos de admitir, um caminho fácil. Tivemos de redefinir o formato, introduzindo-lhe um modelo Final Four em 2016/2017, um formato que é, reconhecidamente, um sucesso e que é replicado no estrangeiro pelas maiores ligas ou federações. Esta época tivemos de nos readaptar a um calendário cada vez mais exigente, mas, de forma unânime, os Clubes decidiram não desistir da Allianz CUP. Juntos, sempre acreditámos e continuamos a acreditar na competição e no que ela representa. O tempo, felizmente, deu-nos razão. Mérito, acima de tudo, das Sociedades Desportivas. Dos Clubes, dos dirigentes, dos treinadores, dos jogadores, dos árbitros, que souberam acompanhar a visão da Liga Portugal para uma prova ímpar. Ímpar pela competitividade, mas também ímpar pelo ambiente que a rodeia, absolutamente diferenciado. A Taça da Liga é, hoje, a festa das Famílias. A festa dos Adeptos. A Final Four é uma semana de verdadeira festa do Futebol. O Futebol que pretendemos. A edição de 2024/2025 não foi exceção à regra. E esta a vitória que devemos, todos, celebrar! A Allianz Cup é, verdadeiramente, a Taça que nos Une. A prova que une Liga Portugal, Clubes, Dirigentes, Treinadores, Jogadores, Árbitros, Associações de Classe, Associações Distritais e Regionais e Adeptos. Todos estão representados. Todos têm o seu espaço. A Taça da Liga é aquilo que deve ser sempre o Futebol. Porque é o exemplo de que, quando todos se unem, é possível atingir feitos extraordinários. E é, no fundo, o espelho maior do que tem sido a evolução do Futebol Profissional ao longo da última década. Recordo-me que quando chegámos à liderança da Liga Portugal, em 2015, traçámos para a organização um Plano Estratégico com três períodos bem definidos: Recuperação, Consolidação e Afirmação. Cumprimos, com distinção, todos esses passos. Hoje somos uma instituição financeiramente sólida. Hoje a Liga Portugal tem uma imagem credível e absolutamente transparente, capaz de atrair parceiros comerciais de renome nacional e internacional, que nos encaram como um veículo de projeção das suas marcas. Hoje somos vistos como um exemplo em temas como Boa Governação, Transparência e Integridade, liderando a defesa e a promoção de valores essenciais para o Desporto em geral e o Futebol em particular. Uma Liga internacionalmente reconhecida, chamada para liderar grandes organizações e com presença nos palcos onde, verdadeiramente, se decide o futuro da indústria. Somos, em suma, uma Liga que cresceu e, em apenas dez anos, atingiu o patamar que para ela ambicionávamos. Um patamar que encontra o seu símbolo maior no Arena Liga Portugal, a nova casa do Futebol Profissional, edifício recentemente inaugurado no Porto e que representa, nas suas mais variadas valências, a ideia que preconizamos para o Futebol Português. A Taça da Liga, no fundo, acompanhou esse crescimento. E em apenas uma década recuperou a sua credibilidade, consolidou o seu estatuto e conseguiu, finalmente, afirmar-se como uma das grandes competições do panorama desportivo nacional. O principal segredo para esta evolução sustentável tem sido, sempre, a União. A forma como os Clubes percebem, hoje, a máxima adversários no campo, parceiros fora dele tem sido decisiva. O envolvimento de todos os agentes do Futebol nas grandes decisões tem sido fundamental. A Allianz Cup, aquilo que ela representa atualmente, faz parte do legado, de responsabilidade, que deixamos na Liga Portugal, cabendo agora aos Clubes decidirem, face aos desafios que os aguardam, o que fazer com ela. Unir o Futebol deu trabalho. Mas também deu frutos. A Taça da Liga é disso um dos grandes exemplos. E esse é um espírito que não se pode perder…