A pressão das decisões

OPINIÃO08.03.201903:11

EM todas as competições, sejam a eliminar ou não, chega-se a um momento em que os jogos passam a ter caráter mais decisivo. O resultado passa a ter consequências directas nos objectivos. Em poucos dias podemos perder tudo ou manter a esperança. A pressão sobre os intervenientes no jogo aumenta exponencialmente. Os treinadores, jogadores e árbitros jogam o seu futuro nessas decisões. Por vezes um pequeno erro, nosso ou de terceiros, é suficiente para alterar um jogo.  A preparação para reagir aos momentos de adversidade em jogos decisivos torna-se fundamental para se atingir o sucesso. Por vezes fala-se de experiência, pensando que é mais importante a idade do que já ter passado por essas situações várias vezes.

Na verdade, não basta a preparação semanal para o jogo, é preciso ter a vivência. Ser jovem não significa que não se tenha já passado por muitas situações difíceis, como ser mais velho não significa que tenhamos vivido muitos momentos adversos ou de tensão. Hoje existe maior contacto internacional, o mercado é global. Isto proporciona experiências aos mais jovens jogadores internacionais, que só eram possíveis há uns anos quando se atingia a equipa principal. Um jovem quando chega ao nível mais elevado tem dezenas de jogos internacionais.

Nestas últimas semanas temos assistido a vários jogos, nacionais e internacionais, masculinos e femininos, que se decidem pela capacidade das equipas manterem o equilíbrio emocional, não reagindo ao ambiente de pressão pré-jogo e tendo capacidade para reagir aos momentos negativos do mesmo. Isto só acontece porque o foco é ter uma prestação de excelência, mantendo a organização estrutural. Claro que a qualidade técnica e táctica são importantes, como a intensidade ajuda ao sucesso. Contudo, é a capacidade de entender o jogo, e o discernimento necessário para tomar as melhores decisões, que mais marca o rendimento absoluto.