A estreia 'a sério' de João Pereira
João Pereira no banco do Sporting (Miguel Nunes)

A estreia 'a sério' de João Pereira

Não são o resultado e a exibição paupérrimos com o Arsenal que mais afligem. Não por terem acontecido com João Pereira, mas, sim, por já não terem ocorrido com Ruben Amorim

O aguardado primeiro jogo a sério de João Pereira no Sporting foi mau e dificilmente poderia ter sido pior. Goleada, pesada, na Champions, em Alvalade. O legado de Ruben Amorim. Não fica nada de positivo da partida com o Arsenal. Nadinha.

Não são o resultado e a exibição paupérrimos com a equipa inglesa que mais afligem. Não por terem acontecido com João Pereira, mas, sim, por já não terem ocorrido com Ruben Amorim. Ou seja, não foi responsabilidade ou falha claras a notarem-se ao recentíssimo treinador, mas sim, a ideia de que, com o anterior, as coisas poderiam ter sido diferentes.

É legítima essa suposição. A equipa é a mesma, a estratégia pode ser idêntica e deveria esperar-se que a dinâmica deveria ser similar. Mas não há duas pessoas, não há dois treinadores iguais. E convenhamos, Amorim é único e diferenciado. O que fazem um líder nato é a aptidão, a capacidade, o talento para intervir, com sucesso, em cada momento. Quando as coisas estão a correr mal, ter a mestria para invertê-las. Isso tem-se ou não se tem.

Não é ilegítimo crer-se que Ruben Amorim teria sido Ruben Amorim, a quem se reconhece talentos diferenciados únicos como treinador, como líder, e o desfecho do jogo com o Arsenal poderia seria outro. Menos mau ou bom, nunca se saberá.

De qualquer modo, a imagem, o semblante, a linguagem corporal e o discurso de João Pereira na conferência de imprensa não foram positivos. O jovem treinador estava algo atarantado, e isso não é bom augúrio. Para o exterior, mas principalmente para dentro.