A dor
1. O Benfica perdeu ontem pela segunda vez na era Bruno Lage e se no primeiro desaire, diante do FC Porto para a Taça da Liga, ficaram as boas ideias da equipa e uma exibição muito agradável e as queixas da arbitragem, da de ontem sobrou muito pouco. Mas, com uma equipa muito jovem, é natural que por vezes isto aconteça. Porque crescer dói.
2. Depois da profunda dor no coração dos adeptos portistas, fruto da derrota com o eterno rival Benfica no sábado, na quarta-feira a noite de prazer intenso com uma exibição carregada de qualidade e sentimento. Nem as dores físicas de muitos dos jogadores já no prolongamento conseguiram travar o suplemento de alma do dragão.
3. Uma das imagens da noite do Dragão foi o conforto de Sérgio Conceição a alguns dos jogadores romanos no final da partida, destroçados pela eliminação; as festas do treinador portista na cabeça de Robin Olsen foram diretas ao âmago do guarda-redes da Roma. Depois, levantou-o, porque a melhor forma de enfrentar a dor, por muito que custe, é sempre de frente. E de pé.
4. O Sporting entrou em fase de agonia intensa na primavera do ano passado. No final do encontro com o Portimonense, uma franja de convictos brunistas pediram a demissão do atual presidente, Frederico Varandas. Dá a sensação que não sentem dor. Continuam anestesiados por comprimidos de um placebo quimérico que não levou o clube para lado algum, a não ser para os cuidados intensivos.
5. Na madrugada de quinta-feira, o colosso LeBron James ultrapassou em número de pontos outro monumento, Michael Jordan. Nada pára King James. Vê-lo jogar é uma imensa satisfação. A única dor é de quem olha desapaixonadamente para a NBA é quando se analisa a (pouca) qualidade de muitos dos companheiros de equipa nos atuais Los Angeles Lakers.