A desgraça do futebol nacional
Quem não se lembra do expoente máximo de Pinto da Costa em março de 1994?
AS consequências do jogo entre SC Braga e FC Porto na 1.ª mão da Taça de Portugal foram desastrosas. Até serviram para o ghostwriter do twitter do arguido Rui Pinto publicar que Antero Henrique paira sob a zona das Antas com uma conspiração para fazer do Sporting campeão e arrumar, de vez, com o presidente do FCP. Uma tragicomédia cuja cereja no topo do bolo foi colocada pela presença do próprio Jorge Nuno na conferência do pós-jogo a exclamar «basta» e a apelar às suas gentes. Quem não se lembra do expoente máximo da vitimização deste líder em março de 1994 sob a ameaça de uma suposta bomba, no antigo pavilhão desportivo, a desafiar o Estado português após as finanças terem emitido um auto de penhora? Vê-lo a poetizar que quer «paz no futebol» equivale a tê-lo visto indicar uma retrete para a tal penhora das Finanças por conta das dívidas do seu clube há quase 30 anos. Mas a razão assiste-lhe quando refere que o Governo já devia ter agido. Neste caso, porém, parece-me que a sua pessoa seria dos primeiros alvos a abater perante o necessário saneamento futebolístico. Nem que fosse pela promoção da violência e agressividade transpostas para os murais da sede da Liga de Clubes, onde se assistiu a uma ameaça de morte por escrito. «Isto é de 3.º mundo», exclamou ontem o presidente da APAF. Um conselho para darem o salto para a primeira classe: tornem-se sérios. Todos. Podem começar por evitar que um treinador que já foi expulso duas vezes esta época por se dirigir aos árbitros fosse para o banco para ser expulso uma terceira por idênticas razões. Na capital do móvel, Conceição disse ao árbitro Nuno Almeida que era uma vergonha e mentiroso para depois, já no Bessa, protestar com uma decisão de arbitragem. Na primeira foi suspenso 15 dias mas, na segunda, o CD entendeu que ele não protestou com os árbitros nos termos do 140.º do RD. Será que à terceira é de vez?