EDITORIAL A BOLA: legado, paixão, futuro
Há quase 79 anos, três homens olharam para o futuro. E essa é outra parte do legado que nos deixaram. Olhar para o que não havia e fazer, acompanhar a modernidade, ter paixão por todos os desportos e respeito pelo jornalismo. Continua a ser a proposta de A BOLA, a partir de hoje com uma nova direção editorial
A BOLA.
É praticamente impossível deixá-la ali, isolada do resto. Porque A BOLA nunca está sozinha. Tem sempre o desejo a acompanhá-la, como outra bola qualquer. É impossível não cair na fatal atração de uma bola. É entrar no quarto de uma criança e dar-lhe um pequeno toque, caindo nessa tentação; dar mais um passo – na praia, no jardim, no parque, na rua – só para a devolver a um grupo de miúdos. É a tentação que faz Kika Nazareth jogar com um malabarista de rua em Barcelona, porque, lá está, a bola estava ali mesmo. É uma frase de Maradona:
«Se eu estivesse com um fato branco num casamento e uma bola enlameada viesse na minha direção, parava-a de peito, sem hesitar.»
É a mão do mesmo Diego que toca a bola, porque, lá está de novo, a tentação é maior que o homem e que Shilton.
É esse desejo para lá de centenário por um objeto tão especial que levou, há praticamente 79 anos, que esta A BOLA fosse fundada. Essa paixão é o maior legado que Cândido Oliveira, Ribeiro dos Reis e Vicente de Melo deixaram. Homens e mulheres apaixonaram-se para fazer de A BOLA o maior e melhor jornal desportivo português.
Essa paixão explica como se passaram obstáculos, dificuldades diárias, dores crónicas e como ela rolou até aqui. A BOLA com dimensão de gigante, com uma edição diária em papel, o formato mais antigo ou a paixão inicial, se quiser, um arquivo fotográfico inigualável, um site, uma TV e uma série de comunidades espalhadas pelas diferentes redes sociais, num planeta digital que junta milhões de pessoas em redor de um só nome: A BOLA.
Há quase 79 anos, três homens olharam para o futuro. E essa é outra parte do legado que nos deixaram. Olhar para o que não havia e fazer, acompanhar a modernidade, ter paixão por todos os desportos e respeito pelo jornalismo. Continua a ser a proposta de A BOLA, a partir de hoje com uma nova direção editorial, nestes tempos em que a modernidade já não é imprimir um jornal de desporto duas vezes por semana, mas sim informar o agora, com mindset digital.
Traremos novidades ao longo de 2024 para que haja uma A BOLA competitiva, ágil, para ser lida, ouvida, vista, partilhada e comentada. Onde cabem todas as paixões: por clubes, modalidades, atletas, regiões, países ou continentes. Para que seja «o jornal de todos os desportos» e para todos os desportistas, recusando de forma clara todos aqueles que causem dano a esse espírito.
Uma A BOLA que possa levar debaixo do braço, ver na TV, no computador e que estará consigo onde estiver, pelo telemóvel.
E enquanto desse lado palpitar emoção por um golo, uma bola na trave, uma vitória épica, um ponto falhado ou uma desilusão descomunal, resultados que aumentam o fogo ardente pelo desporto. A BOLA nunca estará sozinha.
Porque vamos fazer com que tenha a certeza de que quer estar connosco.
Um bom 2024 a todos os desportistas.