EDITORIAL A BOLA: há 80 anos a jogar para a frente
A BOLA encara desafios há 80 anos, desde a censura à velocidade de um mundo em constante mudança: fá-lo como sempre fez e da única maneira: a jogar para a frente!
A BOLA está de parabéns. Sou parte pequena desta história, entre um estágio em 2005 e pouco mais de um ano como diretor. E se falo aqui na primeira pessoa, num editorial deste grande jornal que celebra 80 anos, é porque acho que todos nós temos uma relação pessoal com A BOLA. Um afeto, um sentimento, talvez uma sensação de pertença, de casa. Talvez seja isso, A BOLA sempre andou em casa. Na sua, na minha seguramente desde que me lembro, em papel, na TV, ou no telemóvel. Se está a ler estas linhas, é porque A BOLA sempre esteve presente.
O «Obrigado» que hoje publicamos na capa é para os protagonistas cujos feitos relatámos e para si. Que não desistiu de nós nesta viagem, mesmo em momentos de provação. Afinal, também tivemos obstáculos e também um jornal tem os seus momentos maus – pode soar estranho estar a dizer isto num momento de celebração, mas não entendo o sucesso sem conhecer o lado oposto; como qualquer outra equipa, tivemos e temos – temos sempre – de nos agarrar uns aos outros, de nos criticarmos e interrogarmos internamente, de evoluirmos e continuar a entregar a informação com a excelência que mestres anteriores nos obrigaram a e continuam a obrigar.
A BOLA não é imune aos desafios que os media nacionais enfrentam. Novos obstáculos na nossa história que encaramos de frente, sem fugir ao desafio. Porque este jornal foi feito para vencer e só sabe jogar de uma forma: para a frente.
Está na nossa génese, porque não se fez nem faz um jornal grande sem se tomar decisões disruptivas, sem sentir o incómodo de se estar demasiado tempo a fazer igual, sem se sentir uma urgência em mudar, seja em 1945 ou 2025.
A BOLA foi censurada, foi a preto a branco, passou a ter cor, a ser diário, passou a ter um site, uma TV, redes sociais, uma app, passou a ser digital first. Talvez nos tenha escapado a rádio, mas não nos tentem, se essa for uma preferência dos portugueses (e não só).
Hoje, o mundo é muito diferente de 1945. Hoje sabemos de onde nos lê, sabemos o que quer, de que temas gosta e daquilo a que não dá importância. É à sua procura que vamos, entendendo também que muitas vezes os leitores não sabem que querem algo, simplesmente porque ainda não o experimentaram. Essa é a aventura que nos propomos neste primeiro ano após os 80 que cumprimos. O mundo é digital e A BOLA, que sempre teve dos melhores redatores do país, hoje não se pode ficar apenas por aí. A BOLA tem de ser lida, vista e ouvida. Melhor dizendo, tem de informar, mostrar e explicar. Para que continue a ser nossa, minha, sua e de quem vier a seguir a nós.
Obrigado a si que nunca desistiu de nós, que faz parte desta família que não se conhece cara a cara, mas que se sente e revê neste estilo de jogo: sempre para a frente, sempre para ganhar. Porque o desporto, jogado ou relatado, só faz sentido com essa ambição.
Ao fim de 80 anos ao qye chegou o jornal de Cândido de Oliveira e Ribeiro dos Reis. Aquele que em tempos foi a "Bíblia " do jornalismo desportivo é hoje uma sombra do que foi, não passando hoje em dia do órgão oficial de um Clube.