Neymar, lembram-se dele? O eterno moleque, já não tão moleque assim, faz a 5 de fevereiro, o mesmo dia de Cristiano Ronaldo, a idade de Cristo, 33 anos. E começa 2025 como acabou 2024 e 2023 e 2022 e etc — com um ponto de interrogação à frente, como no título acima. O jogador que poderia ter sido para Messi e CR7 o que Novak Djokovic foi para Roger Federer e Rafa Nadal deve deixar o Al Hilal, de Jorge Jesus, depois de um ano em que, com a enésima lesão, atuou em meros dois jogos oficiais, sem marcar, nem assistir, pela Liga dos Campeões Asiática, e rumar novamente para fora da Europa onde, segundo as últimas informações, não o querem ver nem pintado. Entretanto, ambos os destinos especulados até à hora a que este texto é escrito são curiosos. O Inter Miami, para se reencontrar com o mesmo Messi de quem se quis emancipar em 2017, ao trocar o Barcelona, onde sabia que, jogasse como jogasse, seria sempre um ator secundário do filme do argentino, pelo Paris Saint-Germain, onde acabou, no fim das contas, outra vez subalternizado, desta vez pelo ator emergente Kylian Mbappé. E o Santos, o clube pelo qual jogou (e perdeu por 0-4) a final do Mundial de Clubes da FIFA de 2011, já apalavrado com o Barça. Além do futebol de clubes, Ney ainda tem a seleção do Brasil, a atravessar uma das maiores crises de geração e de resultados de sempre, para regressar e para, supostamente, comandar, ao lado de Vini Jr, rumo ao quarto mundial da carreira. No primeiro, brilhou até acabar lesionado nas costas pelo colombiano Zúñiga no jogo anterior aos 7-1 da Alemanha. No segundo, ganhou fama mundial de cai cai. E, no terceiro, já uma figura globalmente antipática, até para os compatriotas, viu os canarinhos eliminados pela Croácia mesmo depois de marcar um golaço no prolongamento. Será que Neymar ainda tem fome de ganhar pelo Brasil e «dar a volta por cima», como se diz no seu país? Vai sair da Arábia Saudita? Rumo à Flórida? Ou à Vila Belmiro? Vai dedicar-se 100% ao futebol ou continuar a envolver-se em controvérsias estéreis, como a defesa da privatização das praias brasileiras, ou fúteis, como fazer campanha a favor da saída da casa de participantes do Big Brother Brasil? Pelé, como já foi dito, devia redigir-se Pelé!, com ponto de exclamação, tantas vezes o seu nome foi exaltado, Neymar devia escrever-se Neymar?, por ser cada vez mais uma interrogação e cada vez menos um jogador.