Verstappen provoca desinteresse na F1
Estudo conclui que falta de competitividade está a ter efeito negativo nas redes sociais
Fórmula 1 está a sofrer acentuado decréscimo de interesse do público nas redes sociais devido ao domínio hegemónico de Max Verstappen e da Red Bull esta temporada, segundo um novo estudo revelado no Reino Unido.
A análise da Buzz Radar, empresa de marketing social sobre padrões de media, conclui sobre a quebra significativa na impressionante na cativação de audiência nas redes sociais que a F1 estava a registar nos últimos anos.
O estudo intitulado «Chegámos ao topo, F1?» sugere que o crescimento exponencial de 2022 – impulsionado pela emocionante luta pelo título no ano seguinte entre Max Verstappen e Lewis Hamilton e pelos novos regulamentos técnicos afetos aos monolugares – pode ter marcado um ponto alto de interesse na F1 em muito tempo. Pelo menos, se se mantiver a falta de competitividade na luta pela vitória nas corridas e nos campeonatos que se assiste nesta e na anterior temporada.
Recorrendo a interpretação humana e a dados de IA para analisar o interesse da F1 nas redes sociais na última década, envolvendo a observação de 70 milhões de publicações, apurou-se que a categoria máxima do desporto automóvel sofreu o primeiro declínio em vários anos.
Os dados sugerem que as menções à Fórmula 1 nas redes sociais caíram 70,2% nos primeiros cinco meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2022, o número de novos seguidores decresceu 46,3% e o alcance do conteúdo relacionado diminuiu 64,1%.
«Os dados sociais de 2023 ofereceram uma visão sobre uma mudança fundamental nas conversas sobre a F1: o aumento notável no uso de adjetivos negativos associados à competição», refere-se no relatório do estudo da Buzz Radar. «Palavras como 'chato' e 'aborrecido' estão a tornar-se descritores de alta frequência, substituindo palavras positivas como 'interessante' e 'emocionante'», pode ler-se no mesmo documento.
O relatório do Buzz Radar afirma que a causa dessa queda é simplesmente o domínio de uma única equipa, a Red Bull, que venceu todas as corridas em 2023 e nos últimos 12 meses excetuando duas.
A conclusão do estudo menciona uma relação direta entre a proximidade de uma luta pelo título e o quão essa estimula os fãs envolverem-se, já que se verificou que a F1 só teve queda tão grande em 2018, ano em que Lewis Hamilton conquistou o quinto título, o quarto consecutivo, com vantagem de 88 pontos sobre o 2.º classificado, o alemão Sebastian Vettel, vencendo 11 de 21 Grandes Prémios.
«2016 foi a temporada mais comentada até 2021, apesar dos acontecimentos que, entretanto, promoveram o aumento de popularidade nas redes sociais: os efeitos da aquisição da F1 pelo consórcio Liberty (após 2016), a série da Netflix Drive to Survive (estreia em 2019) e o confinamento durante a pandemia (2020). Porque em 2016 [Nico] Rosberg e Hamilton estavam em luta frenética pelo título», argumentou-se no estudo.
«Entre 2018 e 2020 houve uma estagnação, porque Hamilton era dominador, e cresceu significativamente novamente durante a temporada de 2021; a mais próxima da popularidade de 2016».
«As temporadas de 2016 e 2021 foram decididas na última corrida. 2022 continuou a aproveitar a onda de entusiasmo de 2021, apesar do domínio de Verstappen, mas agora estamos a assistir ao resultado do domínio de um piloto mais uma vez. 2023 está a perder bastante, e esse padrão continuará até que as corridas se tornem mais competitiva», conclui-se no estudo.