Rovanpera e Ogier atrás da história em Portugal
Rally de Portugal arranca nesta quinta-feira: francês quer o recorde de vitórias, finlandês procura o 'tri'
A 57.ª edição do Rally de Portugal arranca hoje com a cerimónia de abertura em Coimbra (ver quadro), logo seguida duma superespecial na Figueira da Foz que poderá servir para fazer uma primeira triagem quanto aos favoritos a vencer a competição, que termina domingo, na mítica especial de Fafe. Aliás, toda a competição se realiza acima do Mondego, com a já referida minhota e de Arganil a concentrarem a atenção dos muitos adeptos que se preveem que ocorram à prova para assistir in loco ao espetáculo automobilístico.
Em termos teóricos, o francês Sébastien Ogier, em Toyota Gazoo, e o finlandês Kalle Rovanpera, da mesma equipa, são os principais nomes apontados pelas casas de apostas para vencer mais uma edição da mítica prova que este ano tem nove concorrentes no quadro principal e já por cinco vezes já foi considerado «o melhor rali do mundo».
No entanto, vão enfrentar a forte concorrência do belga Thierry Neuville, em Hyundai, que lidera o mundial de pilotos, venceu a primeira prova em Monte Carlo e durante os quatro ralis disputados até ao momento tem apresentado grande consistência.
Sébastien Ogier vai à procura da história, uma vez que já por cinco vezes subiu ao lugar mais alto do pódio no nosso país e, em caso de vitória, ultrapassa o histórico finlandês Markku Alen. «Estou entusiasmado por regressar a Portugal depois de um ano de ausência. É um país de que tenho muito boas recordações, talvez um pouco mais da altura em que o rali era disputado no Algarve. Ainda assim, o ambiente é sempre ótimo e é um rali onde não devemos estar em desvantagem com a nossa posição na estrada, que talvez até nos possa beneficiar um pouco. É a minha primeira vez a competir em terra em algum tempo, mas fizemos um bom teste e estou ansioso pelo rali», perspetivou o francês aos meios de comunicação oficiais da prova.
De momento, o experiente Ogier, 40 anos, tem 45 pontos no mundial de pilotos, ele que, até ao momento, esta temporada, participou em dois ralis — Monte Carlo e Croácia —, dispensando Suécia e Quénia. Mas a ajudar a uma eventual maré vencedora está o facto de conquistado a competição croata.
Kalle Rovanpera, o campeão mundial em título, vai à procura do tri consecutivo, algo nunca conseguido no Rally de Portugal. O irreverente finlandês, 24 anos, é um dos um prodígios da modalidade e, apesar de por opção esta época não participar em muitas provas mostrou-se ambicioso, ele que vem da vitória no Rally do Quénia: «Há muitos fãs aqui e um ótimo ambiente. As classificativas têm excelentes características e tivemos aqui bastante sucesso nos últimos dois anos. Claro que o nosso objetivo será tentar ganhar, mas nunca é fácil. A nossa posição na estrada pode ajudar-nos, mas teremos de ver o tempo que faz...»
O vencedor do rali da Suécia, o finlandês Esakepa Lappi, não estará em Portugal.
Neuville satisfeito
O belga Thierry Neuville, após o reconhecimento, mostrou-se satisfeito com o desempenho do automóvel. «O sucesso em Portugal depende dos mesmos fatores de sempre. Precisamos de consistência, de um bom set-up e de confiança no carro. As condições do piso e a posição na estrada também farão uma enorme diferença no nosso desempenho. Quando estiver seco, teremos mais dificuldades porque todos conhecem bem as classificativas. Fiquei satisfeito com o carro no teste pré-evento e concentrámo-nos numa afinação que me dará a confiança necessária para atacar em condições escorregadias. Os meus objetivos são otimizar o desempenho na sexta-feira e no sábado».
O segundo no mundial de pilotos, o britâncio Elfyn Evans, diz que a atenção, agora, está centrada nas «provas de terra». «Portugal pode ser um rali bastante agradável, com algumas secções rápidas e fluidas, mas recentemente tornou-se um desafio maior em termos da dureza dos pisos, especialmente em algumas das classificativas clássicas do Centro, na sexta-feira», concluiu.
Os motores estão a postos. Está na hora do espetáculo.