«O Rali é muito perigoso e a GNR caríssima»
Carlos Barbosa deixa alertas e pedidos ao público pelo seu comportamento no Rali de Portugal para que o país não perca a etapa do Mundial num momento em que há muita concorrência à espera de uma vaga e para que não existam acidentes numa prova de diz ser sempre uma caixinha de surpresas.
A segurança e a ausência de acidentes envolvendo o público, perante um desporto perigoso, são fundamentais para manter o Rali de Portugal no Mundial de ralis, alertou esta terça-feira o presidente do Automóvel Clube de Portugal Carlos Barbosa.
Intervindo, na Figueira da Foz, na sessão de assinatura de protocolos com a entidade regional de turismo e os seis municípios da região Centro que irão receber, entre os dias 9 e 10 de maio, a etapa lusa do Mundial (WRC), Barbosa considerou o rali muito perigoso e criticou os custos com o policiamento da GNR.
«O rali é muito perigoso e, portanto, [apelo] que as pessoas não deixem de cumprir as regras de segurança impostas pela caríssima GNR, que nos leva couro e cabelo, todos os anos, para manter a prova segura e, sobretudo, pelos marshalls [voluntários] também, que ajudam a fazer este rali», disse à agência Lusa, o presidente do ACP que orçou os custos com o policiamento da GNR em 605 mil euros, suportados pela organização.
Questionado sobre a importância da segurança na manutenção da etapa portuguesa no Mundial de Ralis, Carlos Barbosa notou que, hoje em dia, «é o próprio público que já faz a segurança ao próprio público, o que é muito importante».
«As pessoas têm a noção exata de que, havendo um acidente, nós perdemos o rali. Neste momento, há seis países na Europa para entrarem no campeonato do mundo [continente que congrega 10 dos 13 ralis do WRC] e, portanto, não podemos permitir, de maneira nenhuma, que haja qualquer risco no Rali de Portugal e que isso possa levar a que percamos a prova por causa de uma pessoa que não está consciente do perigo que é o rali», argumentou.
De acordo com o dirigente, atualmente, com a conjugação dos classificativas de região Norte e Centro, Portugal «tem o rali ideal». «O rali, todos os anos, tem sido melhorado em termos de percurso, para dar mais espetacularidade e, sobretudo, para nós é muito importante arrumar o público».
«O público tem de ter fácil acesso ao rali e estar devidamente arrumado. E, cada vez mais, as Zonas Espetáculo [este ano existem 39] são feitas nessa perspetiva, que é a das pessoas poderem estar a ver o rali em segurança, com calma e terem fácil acessos para entrarem e saírem», vincou.
Outro aspeto que congrega a atenção das entidades internacionais, desde logo da FIA, tem a ver com a sustentabilidade ambiental das provas do WRC e o Rali de Portugal, nesse particular, possui a pontuação máxima em termos ambientais e assim pretende continuar.
«Este ano temos uma nova inspeção para manter as três estrelas da FIA e é uma das preocupações que temos. Se reparar, 24 horas depois do rali passar em algum troço, a zona de público não tem um papel no chão, está tudo rigorosamente limpo», destacou.
No capítulo desportivo, Carlos Barbosa não antecipou favoritos. Entre vários motivos de interesse, a prova portuguesa, que decorre entre 9 e 12 de maio, possui a maior lista de inscritos até ao momento e terá em competição sete anteriores vencedore.
O finlandês e bicampeão mundial Kalle Rovanpera, persegue em Portugal a terceira vitória consecutiva - pode igualar o feito do italiano Miki Biasion -, enquanto o seu companheiro de equipa na Toyota, o francês Sebastien Ogier, caso vença, bate o recorde de cinco vitórias em Portugal que atualmente detém ex-aequo com Markku Alen.
Por outro lado, Portugal pode assistir a um quinto vencedor diferente na temporada, depois das vitórias de Neuville, Lappi, Rovanpera e Ogier nos quatro primeiros ralis. «O Rali de Portugal é uma caixinha de surpresas, todos os anos, qualquer um deles pode ganhar e será bem recebido», enfatizou Carlos Barbosa.