Piloto português conversou sobre as ambições e expectativas altas que tem ao mudar-se para a Prima Pramac, quer, no mínimo, terminar o campeonato de 2025 no top 10, está entusiasmado por a equipa ir contar com o apoio total da Yamaha e ainda que a um mês de celebrar o 30.º aniversário aspira a garantir o 15.º título de construtores ao fabricante japonês
Miguel Oliveira assumiu, esta quarta-feira, a vontade de concluir o Mundial de MotoGP 2025 entre os 10 primeiros, mostrando-se entusiasmado pela entrada na Prima Pramac, equipa de fábrica da Yamaha, após abandonar a Trackhouse.
«Estar dentro do top 10 no final deixar-me-ia satisfeito. Vamos ter menos duas Ducati [no pelotão] e sabemos que, neste momento, essas são as motas a bater a nível de consistência, sobretudo aos domingos».
«Com uma adaptação mais rápida e mais dias de testes, podemos limar logo algumas arestas e talvez ocupar essas posições», salientou num encontro dedicado à imprensa, realizado no Porto e organizado por um dos patrocinadores do piloto português.
«Estou muito satisfeito. É uma mudança positiva para um projeto muito ambicioso, que ainda está no início e terá algo inédito feito pela marca. Pela primeira vez, vai fornecer uma equipa externa à Yahama oficial, com módulos iguais e o mesmo apoio de fábrica. É um sinal claro de que os tempos estão a mudar»
À partida para a sétima temporada na categoria rainha do motociclismo, Oliveira vinculou-se à Prima Pramac, terminando uma passagem de dois anos pelas equipas satélite da Aprilia, ao serviço das quais foi 16.º em 2023 e 15.º classificado em 2024.
«Estou muito satisfeito. É uma mudança positiva para um projeto muito ambicioso, que ainda está no início e terá algo inédito feito pela marca. Pela primeira vez, vai fornecer uma equipa externa à Yahama oficial, com módulos iguais e o mesmo apoio de fábrica. É um sinal claro de que os tempos estão a mudar e existe muita vontade e ambição em chegar ao topo», reforçou Miguel, que precisamente dentro de um mês celebrará o 30 aniversário, reiterando que «tudo tem sempre a ver com consistência».
«O desafio é sempre enorme. O pior seria talvez o que passei este ano: ter uma mota aparentemente igual, mas não ter o apoio para poder trabalhar nela. Isso é que se torna frustrante. No caso da Yamaha, teremos uma estrutura dedicada a apoiar a nossa própria equipa, o que ajuda muito a juntar as novas ideias àquilo que já funciona na mota.»
O falcão lembrou que os «últimos dois anos da Yamaha foram complicados», uma vez que a marca japonesa ficou sucessivamente na quarta posição do Mundial de construtores e teve como melhor resultado individual um 10.º lugar do francês Fabio Quartararo, em 2023.
«O desafio é sempre enorme. O pior seria talvez o que passei este ano: ter uma mota aparentemente igual, mas não ter o apoio para poder trabalhar nela. Isso é que se torna frustrante. No caso da Yamaha, teremos uma estrutura dedicada a apoiar a nossa própria equipa, o que ajuda muito a juntar as novas ideias àquilo que já funciona na mota. Acho que vamos fazer um bom trabalho. A equipa tem bastante experiência e já foi campeã do mundo. Por isso, estamos no sítio certo», considerou.
«Se as coisas se ligarem bem com a equipa e entre mim e a moto, acredito que ainda sou capaz de ser campeão do mundo»
Ao chegar a uma marca campeã de construtores por 14 vezes no MotoGP, a última em 2015, o horizonte de Miguel Oliveira está colocado no regresso às vitórias em grande prémios, procurando reeditar as cinco alcançadas pela KTM (2019-2022), num total de sete pódios.
«Vou fazer 30 anos em janeiro e estaria a mentir se dissesse que é o timing natural [para conquistar o título]. Não é o que temos vindo a ver nesta modalidade até agora, mas, por outro lado, se as coisas se ligarem bem com a equipa e entre mim e a moto, acredito que ainda sou capaz de ser campeão do mundo», afiançou.
Há duas semanas, na primeira experiência com a Prima Pramac, o almadense fez o 17.º melhor tempo no dia de testes em Barcelona, ao completar a sua melhor de 60 voltas em 1.40,138 minutos, a 1,335 segundos do mais rápido, o espanhol Alex Márquez (Ducati).
«A mota deixou-me com sensações muito positivas. Há dois pontos essenciais a melhorar, que serão preponderantes para a nossa competitividade, sobretudo em corrida, mas tudo o resto agradou-me bastante».
«A mota deixou-me com sensações muito positivas. Há dois pontos essenciais a melhorar, que serão preponderantes para a nossa competitividade, sobretudo em corrida, mas tudo o resto agradou-me bastante. Com apenas um dia de testes, é muito difícil de dizer o que ainda vai ser preciso. Há coisas a melhorar na pilotagem, mas nem sequer tivemos tempo de olhar a fundo. A partir de fevereiro teremos uma ideia muito mais clara do que poderá ser a minha evolução e adaptação», analisou, focado nos testes de pré-temporada na Malásia.
Piloto português contou que a recuperação da operação ao braço direito está a correr bem e acredita estar totalmente recuperado para a pré-temporada em Sepang, na Malásia, em fevereiro.
Além da mudança das motas da Ducati para a Yamaha, a Prima Pramac recrutou à KTM o australiano Jack Miller, que já havia passado pela equipa entre 2018 e 2020 e fará dupla com Miguel Oliveira.
«Tenho muito boa relação com ele e conheço-o desde pequeno. Coincidimos quase sempre nos mesmos campeonatos até ele subir para a MotoGP [em 2015] e eu ter ficado na Moto3. A expectativa é que chegue sempre atrás de mim nas corridas», atirou.
A 77.ª edição do Mundial de MotoGP decorre entre 2 de março e 16 de novembro de 2025 e passará pelo Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, a 9 de novembro, na 21.ª e penúltima etapa do calendário provisório anunciado pela Dorna.