Michael Jordan processou NASCAR

AUTOMOBILISMO03.10.202422:00

A 23XI Rancing, que a antiga superestrela da NBA é coproprietário, e a Front Row Motorsports, únicas equipas das 15 que correm no principal campeonato de stock car dos Estados Unidos, apresentaram uma queixa num tribunal de Charlotte com o organismo que detém a competição acusando-o de uma gestão «de controlo anticompetitivo e monopolista da modalidade»

Em abril, a 23XI Racing, equipa da NASCAR propriedade de Michael Jordan e do ainda piloto Denny Hamiln, vencedor por três vezes da famosa corrida Daytona 500, conquistou a sua sexta prova das Cup Series ao vencer na Talladega Superspeedway, através do Toyota conduzido por Tyler Reddick. A antiga superestrela da NBA, que fundou a 23XI em 2020, celebrou efusivamente na pit lane. Imagem que correu o mundo. Afinal, era a primeira vez que Air Jordan estava presente num momento de vitória.

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No entanto, MJ está longe de estar satisfeito com a realidade da NASCAR e especialmente como a família France tem gerido o mais importante campeonato de corridas de stock cars dos Estados Unidos, que planeia estender-se ao Canadá e México.

Assim, após nos últimos meses terem existido várias discussões entre as equipas que competem e a NASCAR, a 23XI Racing, juntamente com a Front Row Motorsports, únicas das 15 que se recusaram a assinar o contrato (charter) que estará em vigor entre 2025 e 2031 e regula, entre outras coisas, como e onde as equipas podem competir, ganhar dinheiro e partilha de receitas, apresentaram uma queixa num tribunal de Charlotte, na Carolina do Norte, considerando existir uma gestão antitrust (anticoncorrencial) por parte do organizador.

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Consideram que aquele organismo está a ter um comportamento «de controlo anticompetitivo e monopolista da modalidade», acusando a NASCAR de «bullies monopolistas».  

«Ao bloquear a formação ou o crescimento de qualquer série concorrente de corridas de stock cars, a NASCAR conseguiu forçar as equipas a aceitar condições económicas tipo pegar ou largar para competirem ao mais alto nível nas corridas de stock car no Estados Unidos. A família France tem obtido lucros de monopólio através da propriedade e controle sobre a National Association for Stock Car Auto Racing (NASCAR), explorando o seu poder económico como a única e principal organização de corridas de stock car nos Estados Unidos», pode ler-se na queixa.

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«Compartilhamos uma paixão pelas corridas, a emoção da competição e a vitória. Fora das pistas, compartilhamos a crença de que a mudança é necessária para a modalidade que amamos. Apresentámos juntos este antitrust para que as corridas possam prosperar e tornarem-se num desporto mais competitivo e justo, de maneira que beneficie equipas, pilotos, patrocinadores e, o mais importante, adeptos», diz ainda o documento. «Nenhum outro grande desporto profissional na América do Norte é gerido por uma única família que se enriquece através deste tipo de prática monopolista sem controlo», acrescenta.

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Michael Jordan fez também questão de emitir um comunicado pessoal. «Todos sabem que sempre fui um competidor feroz, e essa vontade de vencer é o que me motiva e a toda equipe 23XI a cada semana na pista. Adoro as corridas e a paixão dos nossos fãs, mas a forma como hoje a NASCAR é administrada é injusta para as equipas, pilotos, patrocinadores e adeptos. A ação apresentada mostra que estou disposto a lutar por um mercado competitivo onde todos ganhem».

Revelando ainda que apresentarão outra ação que lhes permita continuar a competir em 2025, enquanto o caso não ficar resolvido judicialmente, e que vão pedir indeminização por danos por estarem a viver sob normas existentes de um primeiro charter criado 2016, as duas equipas enumeram ainda as práticas monopolistas e anticompetitivas impostas pela NASCAR.

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São os casos de: obrigação das equipas terem de comprar as peças a fornecedores de fonte única escolhida pela NASCAR; proibição da participação em qualquer outra corrida de stock car e retenção da propriedade sobre peças e carros Netx Gen; compra por parte da NASCAR da maioria das principais pistas de corridas exclusivas; ou impor acordos de exclusividade em pistas sancionadas pela NASCAR.