Automobilismo Entrevista a Félix da Costa: «É trabalho, não azar ou sorte!»
António Félix da Costa terminou a Época 9 na Fórmula E, a primeira com a Porsche, na na nona posição, depois de muitos meses entre os primeiros classificados no Mundial. A ponta final da temporada correu-lhe mal, sem pontos nas quatro corridas finais, duas em Roma e duas em Londres, mas a equipa alemã não teve fortuna maior, despedindo-se do campeonato num quarto lugar que surpreende por ter comandado a tabela durante muito tempo.
Em Londres, depois do ponto final no Mundial, Félix da Costa, que pretende desligar-se da competição nas próximas três semanas, gozando período de férias entre Portugal e as Maldivas - «não tenciono sequer colocar um par de ténis nos pés», confidenciou-nos! –, disse-nos que a missão, independentemente dos resultados, foi muto mais bem cumprida que falhada.
«Não atingimos os objetivos que ambicionávamos, mas temos de saber aproveitar todos os momentos para aprendermos, para conseguirmos tornar-nos mais fortes! Acredito no trabalho, não no azar ou na sorte», explicou antes de prometer Época 10 melhor… «Foi o que acabei de dizer à equipa e já estamos a adaptar os nossos planos para a pré-época, para eliminarmos as fraquezas e melhorarmos as qualidades que temos, que são muitas, por contarmos com pessoas talentosas, sobretudo entre os engenheiros», contou.
António prosseguiu. «Infelizmente, não controlamos tudo. Em Berlim, a meio da época, numa corrida em que podia somar muitos pontos e passar para segundo no campeonato, fui abalroado pelo Jake Dennis, que acaba de sagrar-se campeão mundial, e tive de abandonar. Depois, no Mónaco [ronda 9], estava entre os primeiros e furei. As corridas são assim», sublinhou.
Anunciam-se muitas mudanças no plantel da Fórmula E para a Época 10, com entradas, saídas e trocas de pilotos (Cassidy provável com Evans na Jaguar, curiosamente os dois primeiros classificados no campeonato que acabou hoje, e Nyck de Vries de regresso ao Mundial que venceu na Época 7, depois de passagem pouco feliz pela Fórmula 1, com a saída da AlphaTauri depois de cumpridas apenas 10 corridas!), mas António não espera qualquer tipo de revolução na Porsche… «Não. A continuidade é importante, espero que não mude nada», confidenciou-nos.
O piloto português, puxando a corda atrás, recordou os momentos bons e os menos bons da temporada. «A vitória na Cidade do Cabo [ronda 4] foi incrível, claro, mas a corrida de ontem está, garantidamente, entre as melhores da minha carreira. Num circuito como este, quase sem pontos de ultrapassagem, arrancar de 17.º e terminar em segundo foi só extraordinário e surpreendeu-me até mim! Infelizmente, penalizaram-se pela pressão no pneu com furo lento e fiquei sem o pódio, mas provei que consigo fazer aquilo que fiz», disse o campeão da Fórmula E na Época 6, então como piloto da DS Techeetah.
Félix da Costa, 31 anos, também está no Mundial de Resistência (WEC), competindo na categoria principal (Hypecar) no Porsche 963 da JOTA. Até ao final da temporada, mais duas corridas, primeira no Japão (6 Horas de Fuji, 10 de setembro), depois em Sakhir (8 Horas do Barém, 4 de novembro). «O objetivo mínimo é um pódio», concluiu.