Foi aprovado esta segunda-feira o novo regulamento técnico para o MotoGP, que vai entrar em vigor na temporada de 2027. De acordo com a Dorna, empresa promotora desta disciplina, as mudanças têm o objetivo de melhorar a segurança dos pilotos e de tornar o Campeonato do Mundo mais «sustentável». Desta forma, entre as principais mudanças, destaca-se a redução da capacidade dos motores, passando dos atuais 1000cc - usados desde 2012 - para 850. No comunicado lançado pela organização, esta diminuição vai reduzir a «velocidade máxima das motas, tornar o desporto mais seguro e aumentar a quilometragem, tornando-a mais eficiente e sustentável». Refira-se ainda que o número de unidades de potência que as equipas disponibilizarão vai ser restringido a seis, ou seja, menos um do que o atual regulamento técnico prevê, sete. Ainda sobre o ponto da sustentabilidade, as equipas vão usar combustível 100% sustentável, uma subida de 60% em relação a este ano. A capacidade do depósito também vai ser diminuída. Para as corridas sprint serão apenas permitidos 11 litros. Relativamente às provas principais, os 22 litros autorizados vão descer para 20. Restrições aerodinâmicas Nos últimos anos, o comportamento aerodinâmico da moto tem sido alvo de crescente atenção e desenvolvimento por parte dos construtores. Contudo, para 2027, a preponderância desta vai ser restringida, como forma de combater um alegado efeito negativo no espetáculo da corrida, sendo mais difícil seguir ou ultrapassar outro piloto. Assim, a Dorna vai reduzir a dimensão das superfícies laterais e na frente da moto, em 50 milímetros, reduzindo o efeito aerodinâmico nas retas e nas zonas de travagem, facilitando assim as lutas por posições e ultrapassagens. Destaca-se ainda que vai ser permitida apenas uma melhoria aerodinâmica. De impacto relevante, nota-se também a proibição dos dispositivos de holeshot, isto é, o mecanismo que permite baixar a altura das motas no momento da partida de forma para evitar que a frente levante (o chamado ‘cavalinho’) no momento da partida. Ligeiras mudanças no sistema de concessões Atualmente, o sistema de concessões permite às equipas em maior dificuldade realizar mais testes e ter mais motores à disposição com vista a melhorar a prestação das mesmas e nivelar a competição. Para 2027, todas as equipas começam no rank B - segundo nível mais elevado, sendo que este é reavaliado a meio da temporada, podendo as equipas subir - menos concessões - ou descer - tendo acesso a mais oportunidades de melhorar de rendimento. Isto significa que todos os construtores que compitam em 2026 vão começar a temporada de 2027 sem poder desenvolver as respetivas unidades de potência.