Charles Leclerc levou a Ferrari a uma sempre desejável vitória no Grande Prémio de Itália, celebrada com a tradicional exuberância pelos tifosi, na sua catedral, Monza. O piloto monegasco construiu o seu êxito com uma estratégia bem-sucedida, de apenas uma paragem nas boxes que implicou uma zelosa gestão dos pneus duros, defendendo-se da aproximação no final de Oscar Piastri. Leclerc, que este ano já tinha vencido o GP do Mónaco, estreando-se a ganhar no seu país-natal, bateu o australiano Oscar Piastri (McLaren) por 2,664 segundos, com o britânico Lando Norris (McLaren) a terminar em terceiro, a 6,153, somando o ponto extra da volta mais rápida da corrida. Piastri arrancou da segunda posição da grelha de partida, atrás do companheiro de equipa Lando Norris (pole), e ultrapassou-o ainda na primeira volta, numa belíssima manobra na segunda variante da pista. O britânico, ainda na volta inaugural, foi superado também por Charles Leclerc, que fez uma parte inicial de prova muito boa com o Ferrari e chegou a rodar a menos de um segundo de Piastri, mas sem ter sequer o ensejo de esboçar a ultrapassagem. O monegasco acabaria por perder a posição para Norris nas boxes, quando fez a única paragem, substituindo os pneus médios com que partiu por duros, com que fez o resto da corrida mediante uma ótima gestão do seu desgaste, disso beneficiando para vencer a sua segunda corrida esta temporada e a terceira da Ferrari. «É uma sensação incrível... Pensei que se houvesse uma segunda vez não seria assim tão especial, mas, meu Deus, as emoções nas últimas voltas! Exatamente as mesmas da minha vitória em 2019. Olhava mais para as bancadas do que para a pista!», declarou, eufórico, Leclerc, no final da corrida. «Mónaco e Monza são as duas provas que quero ganhar todos os anos, além claro, de todas as outras e do Mundial, o mais rapidamente possível», referiu Leclerc, não contendo a satisfação pelo mar vermelho de fãs da Ferrari que invadiram a pista para celebrar. «É tão, tão especial», frisou. Longe do trio do pódio, o Ferrari do espanhol Carlos Sainz, que na quarta posição, em dia do seu 40.º aniversário, manteve o Mercedes de Lewis Hamilton à distância, na quinta. Na Red Bull, agudiza-se a crise de competitividade. Max Verstappen e Sergio Perez iniciaram a corrida com pneus duros, numa estratégia diferenciada da dos principais adversários, que partiram de médios. O neerlandês como o mexicano fizeram paragens (duas) mais tardias, mas o tricampeão mundial foi prejudicado por uma roda que demorou mais tempo a sair, perdendo cerca de 4 segundos. Verstappen e Norris travaram a batalha mais interessante e espetacular da corrida a 13 voltas do final, então pela quarta posição, com o britânico a ultrapassar o neerlandês no final da reta da meta, beneficiando de dispor de pneus mais frescos. Max trocou de borrachas na volta seguinte e acabou na sexta posição, à frente de George Russell. O britânico da Mercedes desperdiçou a terceira posição na grelha de partida por ter falhado a travagem na primeira variante, logo após o arranque, e danificado a asa dianteira forçando-o a paragem nas boxes mais demorada (10 segundos) quando trocou pela primeira vez os pneus. Sergio Perez foi oitavo. Kevin Magnussen (Haas) recebe 10 segundos de penalização e cai para o 10.º lugar, com Alex Albon (Williams) promovido a nono. Com estes resultados, o neerlandês Max Verstappen (Red Bull) mantém o comando do campeonato, com 62 pontos de vantagem para Lando Norris, que é segundo.