«Tudo foi feito ao nível da arbitragem para não ganharmos o Mundial»

Hóquei em patins «Tudo foi feito ao nível da arbitragem para não ganharmos o Mundial»

HÓQUEI EM PATINS01.08.202323:45

Na despedida da Seleção Nacional, confirmada pela federação, Renato Garrido fez «balanço positivo» de quatro anos à frente dos seniores masculinos, sem esquecer as «condicionantes» a impedir mais sucessos além da Taça das Nações e do Mundial de 2019. «Na final do Mundial na Argentina, tudo foi feito ao nível da arbitragem para não ganharmos e acho que as coisas já estavam assim planeadas», criticou o agora técnico do Valongo a A BOLA.

A Seleção Nacional sénior terminou o último Europeu com críticas à arbitragem dos italianos Marco Rondina e Joseph Silecchia, mas a indignação remonta à final do Mundial ganho pela anfitriã Argentina com liderança do italiano Filippo Fronte e do espanhol Ivan González. Em novembro último, também o capitão João Rodrigues, avançado do Barcelona, deu voz à revolta da equipa perante a «cobardia» de arbitragens a ignorar e desvalorizar agressões e outras falhas, falando de «festa montada».

Renato Garrido não esqueceu a final do campeonato realizado em San Juan. «Na final do Mundial na Argentina, tudo foi feito ao nível da arbitragem para não ganharmos e acho que as coisas já estavam assim planeadas», denunciou o treinador. «Os árbitros estiveram muito mal e nunca protegeram a integridade física dos jogadores.»

Em relação ao Europeu, Renato Garrido defendeu igualmente que a arbitragem «influenciou a exibição» de Portugal. «Podem parecer muitas desculpas… Não ganhámos as duas finais e assumo total responsabilidade pelas derrotas. Nada tenho a apontar aos jogadores, que foram sempre excecionais», frisou o técnico que iniciou esta atividade em 2019, em acumulação com a Oliveirense e ao lado de Edo Bosch e do preparador físico Nuno Cerqueira.

Apesar das «condicionantes incontroláveis», Renato Garrido fez «balanço positivo» face aos dois títulos oficiais, a Taça das Nações e o Mundial de 2019, acrescidos dos estatutos de vice-campeão mundial e europeu e de um torneio quadrangular de preparação, a GoldenCat. «É o fim de um ciclo. Não tenho muito mais a acrescentar. Foi muito bom termos passado pela Seleção Nacional, da qual não somos profissionais, nem do hóquei em patins.»

O treinador e preparador físico, que assume o Valongo na próxima temporada, garantiu que a decisão da equipa técnica de apresentar a demissão em bloco - João Lapo (substituto de Edo Bosch) e Nuno Cerqueira completavam-na —, já estava tomada antes do Europeu. «Achamos que é a vida de treinador. Estar na Seleção Nacional também implica ganhar finais e já perdemos duas. À falta de vitórias, também entendemos que chegámos ao fim. Desejo felicidade e sorte ao meu sucessor. É um trabalho que não é fácil.»