Ténis: «É hora de fazermos história na Taça Davis!»

Ténis: «É hora de fazermos história na Taça Davis!»

TÉNIS16.09.202322:23

Rui Machado satisfeito após a primeira vitória de sempre frente à Áustria (em cinco jogos); selecionador confiante no papel de cada tenista no grupo

Sem ganhar fora de portas há 1104 dias, ou seja, desde que visitou e derrotou a Lituânia em março de 2020, Portugal colocou-se, pela quinta ocasião, a um triunfo de chegar às ambicionadas Finals da Taça Davis, a mais importante competição masculina por equipas, depois de levar a melhor sobre a Áustria no piso rápido indoor do Multiversum Schwechat, escolhido pela equipa anfitriã, à qual a Seleção Nacional nunca ganhara nos quatro duelos anteriores.

O número um português Nuno Borges, 89.º mundial, rubricou o ponto decisivo no singular inaugural da jornada, reerguendo-se de qualquer frustração advinda do desaire nos pares ao lado do amigo Francisco Cabral, com quem fez história na conquista história do título do Estoril Open em 2022, no embate de abertura deste sábado, para o qual não estava formalmente escalonado.

«Foi uma vitória extraordinária frente à Áustria e na Áustria. Uma excelente equipa que enfrentámos, fizemos exibições magníficas. Foi muito bom. Na verdade, a troca hoje [sábado] no par era aquela em que acreditava, aliás era uma opção falada desde o início. Conversei com a equipa toda, fui falando com os jogadores individualmente, definindo uma estratégia muito sincera e senti que tinha os jogadores do meu lado para qualquer decisão. Isso também ajudou muito», começou por esclarecer a A BOLA o selecionador Rui Machado que apostou na dupla que leva uma dezena de títulos challenger, além do ATP 250 português, sob pena de Borges ter de jogar o singular meia hora mais tarde, caso o resultado do par não fosse favorável.

E foi isso mesmo que aconteceu. O par português cedeu 6/7 (0-7) e 6/7 (5-7) ao duo da casa formado por Alexander Erler e Lucas Miedler, adiando a decisão que teria início meia hora mais tarde no primeiro singular do dia. Uma estratégia para a qual o selecionador nacional também tinha gizado um plano B. «Era uma maneira de tentarmos lutar da melhor maneira possível por um dos três pontos. Depois do desgaste do dia de ontem [sexta-feira], optámos por chamar o Nuno e o Francisco que formam o par mais rodado e ofereciam mais garantias, mesmo arriscando o facto de o Nuno ter de entrar pouco depois para o singular, caso o resultado não fosse o pretendido. No entanto, nesse caso, teríamos o João [Sousa] mais descansado. Não havia opções perfeitas, apenas o espírito de equipa e a certeza de estarmos tranquilos com o que estávamos a fazer. Sabíamos que se houvesse a oportunidade de ganhar, não íamos desperdiçá-la e foi o que aconteceu», vincou ainda Machado.

Orgulhoso do desempenho do maiato de 26 anos que não virou a cara à luta e deu o ponto da vitória (3-1) a Portugal, quando teve de medir forças com Dennis Novak (192.º), chamado para o lugar do compatriota Sebastian Ofner. Os parciais de 6/3 e 6/2 foram o mote para a celebração lusa que nunca ganhara à Áustria nos quatro duelos anteriores. «O Nuno conseguiu superar muito bem a derrota no par, que aconteceu por muito pouco, tudo se decidiu nos pormenores e o fator casa fez a diferença. O Nuno soube focar-se e, quando entrou no singular, fê-lo muito concentrado. Tem todo o mérito, porque soube mentalmente lidar com a situação, nem pestanejou, aliás até acelerou o encontro. Fisicamente teve a equipa a ajudá-lo a estar no melhor registo possível», salientou o antigo internacional português.

 

Sem poupar elogios a todo o elenco, mesmo o que ficou no banco em contra-vapor com o apoio das bancadas anfitriãs. «É de tirar o chapéu à equipa toda, à performance do Nuno no singular do último dia, mas também ao contributo de todos. O do João no singular de ontem [sexta-feira], ao do Francisco que jogou muito bem o par. Mesmo não ganhando, continua a ser um elemento muito importante, tal como o Gastão [Elias] e o Frederico [Ferreira Silva] o foram mesmo no balneário», frisou ainda Machado. «Agora espera-nos uma eliminatória em fevereiro para lutar, mais uma vez, pela qualificação para a Davis Cup Finals e vamos com tudo… É hora de fazer história na Taça Davis», vincou o selecionador.