Duas temporadas após terem conquistado o nono título de campeão nacional, primeiro desde que o clube regressou à modalidade em 2019/20 e após 24 anos de ausência no escalão máximo do basquetebol, o Sporting está de volta à final da Liga Betclic ao derrotar o FC Porto por 94-66 (24-21, 20-8, 30-18, 20-19) no Jogo 3 das meias-finais, para fechar a série no Pavilhão João Rocha frente a um dos três grandes candidatos ao ceptro com inesperado 3-0 e duas vitórias na Dragão Arena. Mantendo-se invicto no play-off, na final os leões irão defrontar o também ainda imbatível e campeão Benfica que, na véspera, afastou a Ovarense. Será a primeira vez que os dois clubes da capital portuguesa se encontram na discussão do título desde que, em 1995/96, esta passou a ser em sistema de play-off. O Jogo 1 será na Luz. Se resultou no encontro anterior, porque não voltar a tentar? Sem nunca ter estado a perder e conquistando logo uma vantagem de 6-0 em 2.10m, o Sporting entrou com uma defesa pressionante, disciplinada e em velocidade, tentando desafiar a adversário a acompanhá-lo. Este aceitou e respondeu. Mas o máximo que conseguiu foram duas igualdades a 8-8 e 14-14. Pouco depois, dois triplos consecutivos de Marcus LoVett (21-16) ajudaram a começar a dilatar o fosso no placard e a revelar a influência que todos os bases da casa viriam a ter nesse objetivo. Isto porque, ao intervalo (44-29), 36 dos pontos dos verdes e brancos haviam sido convertidos por LoVett (12), Travante Williams (11), Diogo Ventura (7), Eddy Polanco (6). Esclarecedor. Assim como os 12 pontos que a turma liderada por Pedro Nuno Monteiro conseguira aproveitar dos 11(!) turnovers cometidos pelos nortenhos - terminaram com 21. Mas, foi no arranque do 2.º quarto que tudo se decidiu. Quando o Sporting manteve os visitantes 4.17m a seco e construiu um parcial 11-0 (35-21) em que Travante (20 pts, 6 res, 4 ass) assinou 8 desses pontos, seis deles através de dois lançamentos de três. Os únicos que conseguiu na noite em sete tentativas. No 2.º tempo o Sporting manteve o ritmo face a um FC Porto, irreconhecível na série, com demasiados elementos abaixo do que podem e alcançaram ao longo da temporada. Max Landis (5) algo perdido e individualista nas movimentações e irritado com tudo e todos, e uma defesa sucessivamente apanhada em contrapé e sem capacidade de tirar o rival das suas posições de conforto. Tanto a iniciar o ataque como nos locais desejados de lançamento. A ausência do base Teyvon Myers nesta partida está longe de explicar a derrota por 29 pontos depois de ter chegado a existir uma diferença de 32. Quem não parou foi mesmo LoVett (5 res. 4 ass, 4 rbl). Com mais 19 pontos no 2.º tempo terminou com 31. Oferecendo ao público cestos para todos os gosto e feitios e uma eficiência de 62% (5/8) para lá da linha dos 6,75m. Salvo Miguel Queiroz (12 pts, 3 res) e Charlon Kloff (12 pts, 5 res, 7 ass), este em nítida superação para quem esteve tanto tempo fora da competição por lesão e está sem efetividade de lançamento exterior – por isso o adversário convidava-o a atirar de fora - mais ninguém nos forasteiros atingiu a dezena de pontos numa partida decisiva. Os dragões foram ainda dominados na lutas das tabelas: 45 (18 ofensivos)-38 (22). E perderam a aposta nos triplos: 4/27 (14%), contra 11/27 (40%) do Sporting.