Portugueses encalorados mas satisfeitos com a vitória

Hóquei em patins Portugueses encalorados mas satisfeitos com a vitória

HÓQUEI EM PATINS19.07.202322:57

O cansaço provocado pelo calor no Pavilhão Olímpico L’Ateneu Agrícola condicionou o desempenho da Seleção Nacional ante a França, derrotada por 1-3 na terceira e última jornada da fase de grupos do Europeu, a decorrer em , em Sant Sadurní D’Anoia, Espanha, mas os jogadores e o treinador Renato Garrido mostraram-se satisfeitos com o resultado e a liderança do Grupo A, a colocá-los em boa posição de atingirem as meias-finais.

Renato Garrido surpreendeu ao apostar nos dois novatos da equipa, Nuno Santos e o guarda-redes Xano Edo, no cinco inicial, ambos em estreia. Para este último, filho do antigo guarda-redes espanhol Edo Bosch, que representou o Noia e jogou no Pavilhão Olímpico em 1997/98 antes de carreira de relevo no FC Porto de praticamente duas décadas, o momento é «muito importante». Para mais, o agora treinador e futuramente da Oliveirense regressou a casa para acompanhar o Europeu e o filho nas bancadas. «Papel do pai. Há uns anos nem conseguia ver um jogo. Tinha de sair. Agora já consegue ver», contou Xano Edo, que rendeu Pedro Henriques ao fim de dois jogos e poderá manter-se na baliza, amanhã, quando Portugal defrontar a modesta Inglaterra, quarta classificada na poule B e sem qualquer ponto, nuns quartos de final com carimbo de meias-finais. Nesta partida Edo Bosch também teve oportunidade de observar um dos três irmãos franceses Di Benedetto, Bruno, que reforça a Oliveirense na próxima época.

«Este jogo com a França era muito importante para sairmos da fase de grupos com boas sensações. Tratou-se de partida muito intensa. França é equipa com jogadores de muito físico e o segredo passou pela defesa e em aproveitarmos bem os contra-ataques e as oportunidades de golo», avaliou ainda o mais novo guardião da dinastia Bosch.

Uma opinião reforçada pelo autor do segundo golo, Henrique Magalhães, embora admitindo que «este jogo não se revelou tão bom porque o cansaço, com o calor intenso, apoderou-se um bocadinho» dos portugueses. «Sentimos isso. Depois do jogo bem conseguido frente à Espanha, tivemos alguma dificuldade em superar o cansaço», explicou o defesa/médio do Sporting.

À partida, a equipa poderá poupar as forças para o jogo das meias-finais porque a amadora Inglaterra, cujas dificuldades são conhecidas (jogadores custearam a participação no Europeu), é a mais acessível de todas as participantes. «Sinto muito respeito pelo Vítor Pereira [treinador de Inglaterra], que tem feito um trabalho que vai levar tempo, mas já se nota nos sub-23», elogiou Renato Garrido, citando o mítico António Livramento quando advertia para os seus jogadores «desconfiarem de qualquer adversário», mesmo com menos argumentos, como é o caso de Inglaterra.

     

Também Renato Garrido lembrou as adversidades, nomeadamente «o esforço decorrente da acumulação de jogos». E penitenciou-se: «Gostávamos de presentear as pessoas com outro hóquei mas as dificuldades físicas, a temperatura e ambiente no pavilhão que vamos sentindo explicam as exibições não tão espetaculares».