Portugal despediu-se da fase de grupos no Mundial com uma excelente vitória (31-28) frente à Noruega e, mais importante ainda, leva consigo quatro pontos para o main round.A capital norueguesa vestiu-se a rigor para apoiar a sua seleção e foram quase 11 mil os adeptos que se deslocaram à Unity Arena para o fazer. Quase, porque havia algumas cores nacionais nas bancadas e saíram seguramente muito mais satisfeitos. É que, além da contabilidade favorável, a Seleção Nacional fez o melhor jogo deste Mundial, com erros, claro, mas revelando capacidade de reação nos piores momentos.Portugal entrou em campo sem receio dos noruegueses, que, na realidade tinham, e tiveram, muito mais a perder. Aliás, durante o primeiro tempo a equipa lusa foi quase sempre mais eficaz e focada na sua missão. Desde cedo, Gustavo Capdeville mostrou podia ser uma ajuda preciosa à defesa eficiente que a Seleção exibia, embora, na outra baliza, o guardião norueguês do Sporting, Andre Kristensen, também tenha entrado bem. Negou vários golos aos companheiros leoninos – aos 10 minutos o resultado era 2-2 -, e viu Portugal desperdiçar várias oportunidade de passar para a frente e Portela desperdiçar duas tentativas de fazer o golo 500. Do lado português, Capdeville aguentava a pressão, sobretudo do contra-ataque, norueguês até que Kiko Costa descobriu o caminho para a baliza até colocar a Seleção na frente (7-8), depois de mais uma defesa do guardião encarnado. Portela seguiu-lhe o exemplo e fez o 6-8 e finalmente o golo tão desejado (500) que celebrou com o grupo.A Noruega era nesta altura uma equipa apagada que esbarrava na defesa lusa e sentia dificuldades perante a superioridade portuguesa, marcando sobretudo de contra-ataque. Ainda assim, com 8-8, Paulo Pereira pediu time out, reorganizou e o grupo respondeu, com Frade a destacar-se. Nesta altura, já Kristensen estava no banco, e via Capdeville a oferecer aos portugueses a segurança que precisavam quando as coisas corriam pior no ataque. Mesmo assim, ninguém conseguia distanciar-se o suficiente. Portugal ainda dispõe de uma oportunidade de aumentar para três (14-12), mas acaba por ver Salvador Salvador sancionado com dois minutos e a Noruega reduzir para 14-13, resultado com que foram para intervalo. Na segunda parte, a Noruega entrou disposta a mudar o rumo dos acontecimentos e nos primeiros minutos parecia conseguir. Apesar de ter Areia e Leonel frescos nas pontas, Portugal comete várias falhas, vê Kiko Costa sair com queixas e perde mesmo a liderança do jogo (19-16), obrigando Paulo Pereira a pedir de imediato um time out. E em boa hora o fez. Fez entrar Salvador Salvador para o lugar de Martim Costa e João Gomes para central e a equipa lusa reorganizou-se, cresceu e fez aparecer Leonel Fernandes. Com Capdeville firme na sua missão de atrapalhar o ataque norueguês e Iturriza a acompanhá-lo, Portugal começou a recuperação. Ainda não tinham passado 15 minutos, quando Salvador Salvador repõem a igualdade (19-19) com um remate espetacular. A partir daí, assistiu-se a uma das melhores fases do jogo, com Lyse a brilhar do lado dos rivais, mas os portugueses a responderem a excelente nível. Salvador Salvador imparável no ataque a marcar e a assistir e Capdeville, claro, na outra ponta a arrancar até aplausos do público. É Leonel Fernandes que consegue fazer o 23-25, mas ainda não seria desta que Portugal fugia. Valeu outra vez Capdeville e Salvador Salvador à entrada do último minuto, antes de Leonel marcar a posição lusa (30-27) e Kiko confirmar o resultado final (31-28).