Portugal perdeu por 44-38 contra França, esta sexta-feira, no jogo decisivo do Torneio de França, em Estrasburgo, o segundo e último teste de preparação para o Campeonato do Mundo que se inicia na próxima terça-feira na Croácia, Dinamarca e Noruega. Contra os campeões europeus e vice-campeões mundiais, os Heróis do Mar lutaram durante toda a primeira parte por se manterem dentro do jogo, enfrentando, à custa de muito esforço e entrega, o melhor andebol da categorizada e mais experiente seleção anfitriã, o que conseguiram. Motivada pela concretização desse objetivo, a seleção portuguesa chegou a aproximar-se perigosamente da congénere francesa, ao ponto de impor a dúvida sobre o desfecho da partida, mas nos minutos finais perdeu o ímpeto, acusando algum desgaste, e o acentuar da oposição francesa, e acabou por se entregar ao rival nos derradeiros instantes, levando ao avolumar da desvantagem no marcador. Os franceses entraram bem melhor do que os lusos e chegaram a liderar por desequilibrados 9-2 e mantiveram-se com sete golos de vantagem até à normalidade se estabelecer, por volta dos 10 minutos, e passar a oscilar entre três e quatro golos no restante da primeira parte, atingindo-se o intervalo com 23-19, refletindo a superioridade dos anfitriões. Após o descanso, a seleção portuguesa apostou no 7v6 e fez entrar Diogo Rêma para a baliza. Os Heróis do Mar reagiram, corrigiram processos de jogo e tornaram-se mais eficazes nas diversas ações, pressionando a formação adversária após reduzir o atraso para dois golos, pouco antes dos primeiros 15 minutos. No entanto, a partir de meio da etapa complementar, a França conseguiu contrariar o ascendente luso e dar-lhe a volta, destacando-se novamente para três golos, o que lhe permitiu, por instantes, readquirir desafogo e o controlo da partida. Portugal manteve-se firme na pretensão de discutir o jogo e respondeu a preceito, chegando a estar a apenas um golo dos franceses. Só que na reta final faltou fôlego aos Heróis do Mar, que baixaram a intensidade e consentiram uma nova vaga de França, decisiva após repor a vantagem em três golos com apenas dois minutos por jogar. Esse golpe foi determinante e fez desmoronar os alicerces da formação portuguesa, impotente para travar o avanço contrário e o avolumar do atraso no marcador. Ao soar da derradeira buzina, seis golos eram demasiados para o desempenho, e principalmente, a meritória réplica de Portugal. Paulo Pereira: «Sofrer 4 golos em 3 minutos...» Após o jogo, o selecionador nacional Paulo Pereira apontou erros e virtudes do desempenho de Portugal, já com foco no Mundial. «A verdade é que para cumprirmos o nosso objetivo que é chegarmos aos quartos de final, entrar em jogos deste calibre, desta forma, em que em três minutos sofremos quatro golos, as sensações não são boas. Jogámos um 7v6 espetacular, em muitos momentos, tivemos de sobrecarregar alguns atletas, que era isso que não queria, mas acabámos por salvar um pouco aquele início mau. Portanto, temos que continuar a trabalhar para melhorar o que correu menos bem».