A missão não era fácil já que, na discussão do 5.º lugar do Europeu feminino sub18, Portugal iria encontrar pela frente a Hungria, outra das seleções que também havia chegado a Matosinhos com aspiração ao pódio da Divisão A. Não foi fácil, é verdade, mas o objetivo foi concretizado com uma vitória por 63-69 (18-17, 24-17, 10-15, 11-20) que também garantiu a última vaga de apuramento direto de acesso ao Mundial sub19 de 2025 na Républica Checa. Competição na qual a formação das quinas estará apenas pela segunda vez no seu historial. Sem que qualquer das equipas alguma vez tenha conseguido uma diferença acentuada no placard que dificultasse a recuperação - a vantagem máxima que as húngaras alcançaram foi 8 pontos e Portugal 6 -, ainda assim num embate que teve dez alternâncias de liderança, foram quase sempre as magiares que marcaram o ritmo, tendo liderado o marcador um total de 22m.A última a 63-60, antes de Ema Karim (22 pts, 4 res) converter um triplo para o empate a 63-63, a 2.02m do fim.Seguiram-se 1.20m sem que alguém conseguisse voltar a fazer funcionar o placard, até que a extremo/poste Carolina Silva (10 pts, 7 res, 3 ass), com dois lances livres a 42s do apito final, colocou o conjunto orientado por Agostinho Pinto definitivamente no comando (63-65). Aliás, daí até final, Carolina foi a única a marcar cestos e todos da linha de lance, com as húngaras a tentarem recuperar através de lançamentos de três pontos, mas a falharem, e depois a serem obrigadas a fazer falta para pararem o cronómetro. Não chegou. Clara Silva (14 pts, 5 res, 1 dsl) e Marta Rodrigues (8) foram outras das jogadoras em maior evidência na Seleção e onde ainda se poder destacar a eficácia de lançamento de Karim, com 4/6 (66,7%) em lanç. de 2, 4/7 (57,1%) em triplos e 2/2 de lance livre.Situação em que Carolina Silva não tremeu nos momentos decisivos convertendo todas as seis tentativas de que dispôs. E o que ajudou a fazer a diferença num encontro em que a Hungria, que teve em Eszter Ratkai (12 pts, 6 res, 4 ass) e Reka Toman (11 pts, 2 res) os seus melhores elementos, até foi superior? Caso da luta da tabelas, 46 ressaltos (15 ofen.) contra 32 (7) de Portugal; ou assistências, 19-15. A diferença acabou por ser a quantidade dramática que as húngaras cometeram de turnovers, 16-8, para a qual a ajuda do público em momentos defensivos ajudou bastante -; os pontos vindos do banco, 30-44; e eficácia da linha de lance livre 50,7%-88,9%; e para lá da linha de três pontos, 26,1%-35,0%. «Isto era um sonho que fomos alimentando. É indescritível o que estas miúdas conseguiram. A perder por oito pontos com uma potência europeia e conseguiram dar a volta. Foi fantástico. É a segunda vez que Portugal vai ao Mundial, é indescritível. Não gosto de particularizar, mas a Ema Karim merece destaque, porque foi fundamental na reviravolta. Queria agradecer a este público fantástico. Sem eles era impossível chegar até aqui. E quero agradecer ainda à federação, porque se perdêssemos era igual. Este público obriga-nos a um nível de exigência muito alto. Tem sido fantástico.», afirmou o selecionador Agostinho Pinto. «Sabe tão bem. Foi um jogo intenso, acreditamos até ao fim que isto era possível e o público também. Foi isso que nos fez ganhar. O público é extremamente importante. Apesar de termos perdido, continuaram a vir e a apoiar-nos», referiu a extremo Ema Karim. Recorde-se que o único desaire que Portugal sofreu em toda a competição foi contra Israel (68-64) nos quartos de final. Sem sofrer qualquer derrota em todo o torneio, a França é a campeã Europeia ao bater a Espanha na final por 70-80 (16-12, 12-20, 18-30, 24-18). Já a Sérvia garantiu o 3.º lugar ao superar Israel por 72-56 (11-17, 17-11, 22-13, 22-15).