Após o choque, a normalidade. A Seleção portuguesa acordou no dia da estreia no Mundial com a notícia da suspensão de Miguel Martins, devido a um teste de doping positivo, mas a equipa não se deixou afetar e venceu o jogo frente aos EUA (30-21), no qual era claramente favorita. Com uma entrada séria e concentrada, Portugal marcou em todos os remates que fez nos primeiros 15 minutos do jogo, e depois de um parcial de 5-0 chegou aos 7-3 e dominou a primeira parte de forma confortável. Apoiados numa defesa forte e num Pedro Portela infalível, quer dos sete metros, quer de remates de campo – e bem acompanhado por Martim Costa – os Heróis do Mar tiveram várias vantagens de sete golos nos primeiros 30 minutos e chegaram ao intervalo a vencer por 15-10. No segundo tempo manteve-se a seriedade lusa, a defesa continuou em bom plano, com Diogo Rêma a destacar-se também, com 10 defesas, e a vantagem foi aumentando, ainda que sem chegar aos dois dígitos, a não ser nos últimos três minutos, quando António Areia apontou o 30-20. Isso deveu-se a algumas falhas nos remates aos seis metros, com o guardião norte-americano a mostrar-se também em bom plano, e às muitas faltas atacantes assinaladas a Portugal. Os últimos minutos, de resto, foram os piores da equipa orientada por Paulo Jorge Pereira, que desperdiçou três contra-ataques consecutivos, que impediram de aumentar significativamente a vantagem. Três estreias em Oslo Além da já referida ausência de Miguel Martins, que viajou para a Noruega com a restante comitiva lusa mas está impedido de qualquer atividade oficial enquanto durar a suspensão, o primeiro jogo de Portugal foi particularmente especial para três jogadores: João Gomes, Ricardo Brandão e Miguel Oliveira. O trio de jovens fez a estreia em grandes competições de seniores, e logo em palco mundial. Para Miguel Oliveira, de resto, representou mesmo a primeira internacionalização AA. O primeira linha do FC Porto foi chamado à última hora pelo selecionador, no dia da viagem para a Noruega, apesar de não ter feito parte do grupo que esteve a participar na preparação para o Campeonato do Mundo. Acabou por beneficiar da ausência de Alexandre Cavalcanti, que saiu com um problema físico do último treino realizado em Portugal e foi o jogador excluído da ficha de jogo, na qual só podem ser inscritos 16 jogadores. Dos três estreantes, João Gomes é aquele que leva melhores memórias do jogo, com uma eficácia de 100 por cento nos remates e dois golos apontados. Oliveira e Brandão ficaram em branco. Martim Costa, que há um ano foi o melhor marcador do Europeu e eleito para o sete ideal da competição, voltou a mostrar-se em grande plano e foi eleito o melhor em campo, graças aos sete golos apontados em 11 tentativas. Pedro Portela terminou o jogo com o mesmo número de golos, mas anotou quatro deles através de livres de sete metros, ele que fica agora a apenas três de chegar à marca de 500 golos, quando soma 149 internacionalizações AA. O próximo jogo de Portugal está agendado para sexta-feira, às 17h00, diante do Brasil.
