Foi preciso ir ao fundo da alma, com sacrifício e em dor para Portugal garantir o apuramento para a final, numa meia-final que não desatou nem nos 50 minutos de jogo, nem tão-pouco nos dez do prolongamento. No desempate por penáltis surgiu uma parceria imbtíval que permitiu a Xano Edo defender quatro penáltis, seguindo as indicações de Ângelo Girão(!) e um Gonçalo Alves que, mesmo limitado fisicamente, assumiu a marcação de duas grandes penalidades, marcando ambas para carimbar o encontro com a Argentina no jogo decisivo agendado para as 20h30 deste domingo. No tempo regulamentar, brilharam os guarda-redes de ambas as equipas e... os postes. A Seleção portuguesa acertou mais de uma mão cheia nos ferros - só na primeira parte foram quatro - e o conjunto italiano também mostrou demasiada pontaria, pelo menos três vezes. Mas Portugal pode ainda queixar-se de algo que nos jogos anteriores lhe valeu várias vezes: a eficácia nas bolas paradas. E apesar de a Seleção ter vários executantes exímios, é justo dizer-se que Gonçalo Alves tem estado a um nível impressionante nesta competição. Só que o jogador do FC Porto sofreu um traumatismo ainda no decorrer da primeira parte e nos segundos 25 minutos jogou apenas dois minutos, numa altura em que a Seleção jogava em power-play. De resto, nem nos dois livres diretos de que Portugal beneficiou, o jogador conseguiu dar o seu contributo. E para desespero luso, nem Hélder Nunes, nem João Souto conseguiram fazer aquilo que tão bem fazem habitualmente na conversão de bolas paradas. «Girão acertou sempre!» Apesar de ambas as equipas terem criado oportunidades suficientes para desfazer o nulo, a dada altura os penáltis começaram a parecer inevitáveis, cenário que se confirmou. Aí, na série de cinco grandes penalidades iniciais, João Rodrigues e Gonçalo Alves marcaram para Portugal, enquanto Alessandro Verona e Davide Banini empataram para a Itália. Na morte súbita Gonçalo Alves repetiu o feito e Xano Edo defendeu a segunda tentativa do sportinguista Verona, para sair a celebrar com Girão. «Ele disse-me para onde iam rematar todos os jogadores de Itália e acertou sempre! Ele é impressionante nos penáltis», explicou, sorridente, após o encontro. Na final, Portugal vai defrontar a Argentina, que ganhou 6-4 frente à seleção francesa. Esta será a terceira vez consecutiva que o jogo decisivo opõe as duas equipas, com vantagem lusa, que conquistou o troféu em duas dessas ocasiões, incluindo a última, disputada em 2019.