Polémica licença levou Federação de Atletismo a reagir em comunicado
Em causa a criação de uma licença para participantes em Provas pagas de Estrada, Trail e Montanha
A polémica em torno da criação de uma licença, paga, destinada a todos aqueles que queira participar em provas de estrada, trail ou montanha, levou a Federação Portuguesa de Atletismo a divulgar um comunicado, na tentativa de justificar a medida.
O documento informa que a iniciativa, «Filiação por um dia», aprovada em Assembleia Geral no passado dia 22 de março, tem o objetivo de «promover uma prática mais segura, regulamentada e sustentada da modalidade».
«A medida aplica-se apenas a atletas não filiados na Federação Portuguesa de Atletismo, nas categorias de absolutos e veteranos. Os atletas dos escalões jovens, até sub-18, não pagam qualquer valor, devendo apenas ter seguro válido. Esclarece-se ainda que os atletas filiados na FPA não necessitam de qualquer outra licença. Esta licença federativa só será obrigatória nas provas de atletismo pagas e com classificação, com valor de inscrição superior a 5 euros. Para todas as provas, mesmo que pagas, mas com valor de inscrição inferior a 5 euros, e sem classificação, não será obrigatória a apresentação da referida licença», esclarece a federação.
O organismo argumenta que esta é uma medida defendida há vários anos pelas associações regionais e distritais, e que vai ao encontro daquilo que é praticado no estrangeiro, de forma a «garantir o cumprimento da Lei e salvaguardar a segurança dos praticantes», na medida em que permite à federação «controlar e validar todo o processo regulamentar de inscrições».
«Será exigido ao atleta não federado, no ato da inscrição numa prova, o fornecimento do seu número de filiado na FPA, para concluir o processo. Caso não seja filiado, o atleta poderá completar o processo de forma célere através do Portal FPA, onde, se cumprir os requisitos em termos de documentação e mediante o pagamento de um valor de 3 euros, que já inclui o seguro, obterá de imediato o seu cartão digital de federado, podendo participar na competição em que se inscreve», explica ainda a federação, que dispõe ainda da possibilidade de filiação anua, pelo valor de 31 euros.
«Ao filiar-se o atleta vai usufruir de cartão digital de filiado, acesso aos mais de 100 centros do Programa Nacional de Marcha e Corrida (acompanhamento por técnicos especialistas em marcha e corrida, treinos em grupo, atividade gratuitas e acesso às infraestruturas disponíveis no centro), acesso a perfil, histórico de participações em provas certificadas, ao calendário oficial de atletismo e aos rankings nacionais, além de beneficiar de descontos nos produtos e serviços disponibilizados pela FPA e pelos seus parceiros, entre outras vantagens», acrescenta-se ainda.
A federação entende ainda que esta medida pode abrir caminho para uma redução do preço de inscrição nas provas, tendo em conta que o seguro já está assegurado pela licença.
A fechar, a federação refere que «o Atletismo Português, apesar de ser a modalidade nacional mais medalhada em termos Olímpicos, apresentou saldos negativos nos últimos 4 anos, fruto do desinvestimento estatal no desporto», justificando assim a necessidade de encontrar novas receitas que promete aplicar no «fundamental investimento em infraestruturas de apoio ao treino dos atletas e alargamento da base formativa».
«O Atletismo Nacional tem de voltar ao Patamar de excelência onde merece estar e o aumento de número de Filiados é uma das bases de suporte para esse objetivo. Queremos MAIS ATLETISMO!», conclui o documento assinado pela direção, agora liderada por Domingos Castro.