Jannik Sinner está a fazer a melhor temporada da sua carreira, apoiada pelo registo de vitórias e derrotas que leva nestes quatro meses (25-2), e que se transformaram na conquista do primeiro título do Grand Slam na carreira (Open de Austrália). Contando ainda com troféus no Masters 1000 de Miami e no ATP 500 de Roterdão, o italiano começa a sonhar com a liderança da hierarquia mundial, posição que Novak Djokovic ocupa desde que venceu o US Open de 2023. Numa entrevista à MARCA, o n.º 2 ATP admite que está ciente do que precisa fazer para lá chegar. «Sei os pontos de que preciso para ser o número um, mas não é algo que esteja à procura neste momento. Estou contente por jogar o máximo de torneios que puder. Se o meu físico e o meu ténis me acompanharem, veremos o que dizem os números. A época é longa e terei opções para ultrapassar o Djokovic», frisou. Mas afinal, que resultados servem ao jogador de 22 anos? Tudo começa no Masters 1000 de Madrid, que se disputa de 24 a 5 de maio, onde se estreia como primeiro cabeça de série. Se quer sonhar com o número 1 do ranking ATP, está obrigado a vencer a prova espanhola, por duas razões. Em primeiro lugar, porque não tem qualquer ponto a defender da edição de 2023, por não ter aí competido. A vitória valeria 1000 pontos ao italiano, deixando-o a 330 de distância do sérvio. E em segundo, porque o atleta de 36 anos não participa neste torneio para se poupar para o Masters de Roma e Roland Garros. É precisamente na capital italiana que a mudança de testemunho pode ocorrer. Aí, Sinner defende apenas 90 pontos, por ter chegado aos oitavos de final do evento, ao passo que Djokovic somou 180 – eliminado nos ‘quartos’. Assim, o transalpino precisa sempre de fazer melhor do que o rival. Caso Nole seja eliminado na terceira ronda, o n.º2 mundial é obrigado a chegar à final. Mas o mesmo acontece se o sérvio se ficar pelos quartos de final e Sinner atingir a final. Há sempre a possibilidade de os dois se encontraram no derradeiro encontro – uma vez que se vão encontrar em lados opostos do quadro principal -, e aí só o triunfo interessa ao italiano. Por último, se Djokovic for afastado na segunda ronda, Sinner precisa apenas de garantir presença nas meias-finais. São cenários que estão ao alcance do jogador em melhor forma atualmente, porém, que só conta com um troféu em terra batida (ATP 250 de Umag, em 2022).Em declarações à ATP, reconhece que ainda está «a tentar compreender um pouco melhor» o seu jogo na terra batida, especialmente em Madrid, onde as condições são normalmente mais rápidas quando comparadas com as de outros eventos jogados na mesma superfície. «Aqui é um pouco diferente de todos os outros torneios porque jogamos em altitude. A bola ressalta mais alto. Está a voar e é bastante rápida, mas eu costumava ter muitas dificuldades nos anos anteriores para encontrar o meu nível aqui. Por isso, vai ser interessante ver como vou jogar este ano», rematou. O primeiro teste vai ser contra o vencedor do duelo entre Richard Gasquet (116.º) e Lorenzo Sonego (52.º).