Terminada mais uma época profissional de ténis, a Associação de Tenistas Profissionais (ATP) – instituição que regula o circuito profissional - atualizou os montantes que os atletas receberam, tendo em conta a sua participação e prestação nos vários eventos decorridos ao longo do ano. Novak Djokovic, número um mundial, encabeça esta lista, mesmo sendo o tenista que menos provas disputou (12) em 2023. Carlos Alcaraz e Daniil Medvedev completam o pódio, num ano em que foram introduzidas várias medidas para aumentar a compensação monetária dos desportistas. Há cerca de um ano, no dia 17 de novembro de 2022, a ATP anunciou que iria partilhar metade dos lucros que os torneios Masters 1000 registassem, após três auditorias anuais. No ano de 2023, este valor atingiu os 12.2 milhões de euros. O organismo dirigido por Andrea Gaudenzi introduziu ainda dois tipos de bónus relativos às prestações dos jogadores em determinadas categorias de competições. Assim, os cinco melhores jogadores de ATP 500 ao longo da temporada receberiam entre si 1.3 milhões, ao passo que o top-30 dos Masters 1000 dividiriam entre si 20. Tendo em conta todos os níveis de competição, foram distribuídos 33.5. Daniil Medvedev destacou-se nos na primeira categoria mencionada, os ATP 500, e recebeu perto de 600 mil euros, ao passo que Carlos Alcaraz, Jannik Sinner, Alexander Zverev e Alex De Minaur dividiram os restantes 700 mil. Apesar de a ATP não ter divulgado a lista dos melhores 30 jogadores nos Masters, a organização atualizou a verba que os tenistas ganharam em torneios, no ano de 2023, já com a atribuição dos prémios anunciados. Assim, o lote de atletas que mais ganharam é encabeçada por Novak Djokovic. O número um mundial arrecadou 14.47 milhões de euros, jogando apenas 12 provas sem qualquer bónus. Carlos Alcaraz surge na segunda posição com 13,8M – jogou 17 torneios -, tendo sido o melhor nos eventos Masters 1000. Daniil Medvedev (10,5M) foi o terceiro e último jogador a ultrapassar a marca dos 10M no ano de 2023, participando em 22 eventos. No total, o top-10 masculino recebeu cerca de 76,8M. Números mais baixos no circuito feminino No circuito feminino organizado pela Women Tennis Association (WTA), não há qualquer programa semelhante ao que se verifica no da ATP. Sem medidas que permitam os lucros dos torneios serem partilhados com as jogadoras, nem bónus associados às melhores atletas em determinadas categorias de torneios, explica-se o facto de as melhores 10 tenistas terem auferido, no total, quase menos 30 milhões (47.3 milhões). Desta forma, Iga Swiatek acumulou 8.95 milhões de euros e foi a tenista com a maior verba conquistada, tendo participado em 19 torneios. Se incluirmos a polaca na lista masculina, seria apenas a quinta mais bem paga de 2023. Aryna Sabalenka encontra-se em segundo com 7,45M repartidos por 16 torneios e a última vencedora do US Open, Coco Gauff, aparece na terceira posição com 6,05 milhões. Se olharmos para o restante top-10 do lote feminino, verifica-se a discrepância dos prémios ganhos entre este circuito o da ATP. Jessica Pegula ganhou 5,42 milhões, Elena Ribakyna outros cinco e abaixo destas tenistas, nenhuma outra auferiu valores maiores que este: Marketa Voundrosouva (4.06 milhões), Ons Jabeur (2.89), Beatriz Haddad-Maia (2.59), Karolina Muchova (2.55) e Maria Sakkari (2.36). Assim, se compararmos os valores entre as duas listas, podemos ver que apenas as quatro tenistas mais bem pagas entram nos dez atletas mais bem pagos do ano – na 5.ª, 6.ª, 7.ª e 9.ª posição -, ao passo que Bia Haddad, Muchova e Sakkari ocupam os últimos três lugares. O tema da diferença de montantes disponíveis entre as diferentes organizações tem sido tema de discussão durante vários anos. A última a falar sobre esta diferença foi a n.º 5 mundial, Pegula, e referiu que «o ténis feminino é um dos mais bem pagos a mulheres, mas, ao mesmo tempo, a diferença salarial é muito grande» acrescentando ainda que se fala sobre «igualdade nos Grand Slams mas isso são quatro torneios por ano. Não é igualitário em muitos outros».