Numa entrevista ao Corriere della Sera, Novak Djokovic recordou toda a polémica em torno da não-vacinação contra a Covid-19. «Puseram-me o rótulo de ser contra as vacinas, algo completamente falso e que ainda me revolta o estômago», referiu o tenista, de 35 anos. A decisão de não se vacinar gerou bastante polémica e dificultou o acesso do tenista sérvio a alguns torneios, como o Open da Austrália de 2022, chegando mesmo a ser deportado do país após passar uma semana detido. «Estive numa prisão, nem podia abrir a janela. Foi menos de uma semana, mas encontrei gente jovem, refugiados de guerra, que ali estavam há muito tempo», contou. «O meu caso serviu para esclarecê-los, quase todos foram libertados e isso consola-me», acrescentou o atleta, referindo que vai inclusivamente convidar um jovem sírio que conheceu a ir vê-lo ao Open dos Estados Unidos. O tenista esclareceu a sua visão sobre as vacinas, defendendo a liberdade de escolha. «Ser livre é um direito fundamental para decidir que coisas injetamos ou não no nosso corpo», contou. O vencedor de 22 Grand Slams também falou de Roger Federer e Rafael Nadal, afirmando que na rivalidade do ténis não cabem amizades com os seus principais adversários, que o ajudaram a «crescer e tornar-se quem é». Não escondeu a admiração que sente pelo tenista suíço, mas afirmou que nunca criou proximidade, apesar do seu impacto extraordinário na modalidade. «Nunca fomos amigos, entre rivais isso não pode acontecer, mas nunca fomos inimigos. Sempre tive respeito pelo Federer, foi um dos maiores de todos os tempos», disse. Sobre Nadal, Djokovic revelou que mantém uma relação mais cordial, dizendo que a curta diferença de idade ajudou e que até jantavam juntos no início da carreira, mas que «até com ele a amizade é impossível». «O Nadal faz parte da minha vida, nos últimos 15 anos vi-o mais vezes do que a minha mãe…», concluiu.