Mundial Andebol: «Já lhes disse que não queria morrer sem levar uma medalha»
Paulo Pereira está à frente da Seleção Nacional de andebol há nove anos
Foto: IMAGO

Mundial Andebol: «Já lhes disse que não queria morrer sem levar uma medalha»

ANDEBOL28.01.202513:28

Paulo Jorge Pereira garante que está tudo pronto para enfrentar, amanhã, às 19h30, a Alemanha, último obstáculo entre Portugal e o sonho do pódio

Se Portugal vencer a Alemanha continua a fazer história qualificando-se para as meias-finais e fica com as medalhas no Mundial à vista. Um tema tabu em muitas modalidades, mas para a Seleção Nacional não há tabus e a pressão também pesa.

Paulo Pereira garante que o grupo está unido e focado e não teme deslumbramentos. Trabalho é a chave e os detalhes o ferrolho para fechar um bom resultado frente a um adversário difícil, muito, mas não impossível.

«Esta Alemanha tem muitas coisas do modelo espanhol, mas isto hoje em dia é muito difícil até compartimentar porque o andebol está cada vez mais global. Vemos diferentes seleções, de diferentes partes do mundo, a fazer de tudo um pouco. Isto é um jogo, num espaço que está definido, são 40 por 20, é um espaço que não se pode violar a área e a partir daí começa-se a criar o jogo ou a aproveitar ideias de outros. O que varia às vezes são pormenores, como por exemplo o passar a bola, em que os escandinavos são exemplares. Não é por acaso que a Dinamarca tem sido sucessivamente campeã e uma das razões também é essa a forma, como eles passam, a precisão e a velocidade a que o fazem. Há atletas alemães com uma capacidade de passe fantástica, uns melhores no um contra um,  outros nos remates de 9 metros… Isto vai ser uma luta enorme. O que temos de fazer é ir buscar os pontos débeis deles».

Festa da Seleção Nacional de andebol após triunfo frente ao Chile
Festa da Seleção Nacional de andebol após triunfo frente ao Chile

Paulo Pereira não quer revelar os pontos mais frágeis da Alemanha para não abrir o jogo ao adversário e também não conta o que vai dizer ao grupo antes de entrarem campo. «Já pensei em algumas coisas mas prefiro guardar e que seja a surpresa também eles, sim? O melhor resultado até agora era 10.º e o mais certo é conseguirmos 5.º lugar, no mínimo», conta otimista. «Mas não pensamos nisso. Neste momento só pensamos na meia-final», diz Paulo Pereira.

Paulo Pereira confessa que já falou de medalhas com o grupo
Paulo Pereira confessa que já falou de medalhas com o grupo

Porém, não é fácil evitar a palavra medalha, chegado tão perto e o selecionador diz que não só não censura, como ele próprio já falou nesse sonho. «Não vale a pena estarmos a falar em medalhas se não passamos à meia final, isso é impossível, portanto, temos que dar um passo de cada vez. Mas eu até posso abrir o jogo… Nós sempre falámos em medalhas entre nós e a frase que eu lhes disse logo no início foi que eu não queria morrer sem ter uma medalha com Portugal. E já estou a ficar velho, vou fazer 60 anos em março», confessa com um sorriso. «Portanto, eu não queria morrer sem levar uma medalha com Portugal. Disse-lhes isto logo na primeira conversa que tivemos. Claro que o primeiro objetivo era chegar aos quartos de final, agora o objetivo é a meia-final, mas sempre falámos em medalhas», assumiu.