Com os dois jogos oficiais entre San Antonio Spurs e Indiana Pacers, da digressão NBA Paris Games 2025, a menos de uma semana de serem disputados na Bercy Arena (dias 23 e 25), o commissioner Adam Silver nem esperou pela entrevista exclusiva que, habitualmente, concede aos principais órgãos de imprensa escrita francesa ou a conferência que realizará meia hora antes da primeira partida.Aproveitando o convite para o Big Podcast, que tem como anfitrião Shaquille O’Neal, o homem que dirige os destinos da NBA desde 2014, sucedendo a David Stern, confirmou o interesse da Liga em criar uma competição na Europa. Novidade? Não propriamente. Nos últimos meses algumas declarações de Silver, assim como do presidente da FIBA Europa Jorge Gabajosa, têm certificado conversações e os crescentes rumores do interesse da poderosa liga americana, sobretudo em ter um campeonato separado.A diferença é que, desta vez, Adam Silver revelou quais as cidades mais desejadas para terem uma equipa: Paris, Londres, Madrid e Berlim. Também aqui não existem propriamente surpresas. Salvo a capital alemã, as restantes três são as mesmas que têm recebido, regularmente, os jogos oficiais e de pré-temporada da NBA na Europa. E também onde um ou outro proprietário de clubes da liga possuem investimentos, seja em clubes de futebol ou pavilhões modernos, com as infraestruturas que a NBA pretende para montar o negócio. Exemplos de Londres e Berlim. Já a capital espanhola, além da paixão pela modalidade no país, crê-se que o Real Madrid será um dos emblemas que deverá deixar a Euroliga para se juntar à NBA Europa. Ou seja, Florentino Pérez a concretizar no basquetebol aquilo que não conseguiu no futebol com a Superliga.«Uma das coisas que temos estado a discutir é se, antes de adicionar franquias da NBA na Europa, há uma oportunidade de criar lá uma liga independente. Isto poderia tirar partido do enorme interesse pelo basquetebol nas principais capitais europeias, como Paris, Londres, Berlim e Madrid - e outras grandes cidades que adoram o basquetebol», começou por referir. «Mas, depois, há a questão tecnológica. Shaq, como tecnólogo, alguém que sempre esteve à frente dos outros, parte do desafio são as viagens de avião. Quando era mais novo, havia voos supersónicos do Kennedy [JFK, aeroporto em Nova Iorque] para o Charles de Gaulle em Paris, mas já não os temos», terminaram com a desativação do avião Concorde, que ligava as duas cidades em 3h30/4h00 em vez das atuais 7h30». «Li que estão a ser desenvolvidos novos jatos supersónicos e se as viagens aéreas entre os Estados Unidos e a Europa fossem mais rápidas, seria muito mais fácil criar uma divisão europeia da NBA», disse ainda o commissioner, referindo-se à possibilidade de existir uma Divisão europeia e não um campeonato independente no continente. Hipótese que poderá acontecer nos próximos três/quatro anos, aproveitando algumas formações que atuam na Euroliga terem de renovar o contrato para continuarem na principal competição de clubes. «Talvez um dia isso aconteça com o meu sucessor. Definitivamente, consigo ver uma divisão de equipas da NBA na Europa e penso que isso será uma coisa incrível para o jogo», concluiu Silver. Recorde-se que, em 2019, numa parceria com a FIBA, a NBA criou a BAL (Basketball Africa League), uma nova superliga em África, que começou a disputar-se em 2021, e envolve as principais formações continentais. Esta temporada, pela primeira vez, estarão os cabo-verdianos do Kriol Star, a qual sob a orientação do treinador português Hugo Salgado conseguiu apurar-se na fase de qualificação a que estava obrigada por não ser um dos clubes permanentes.