«Jogar sem ser a 100% não faz sentido para mim»

Ténis «Jogar sem ser a 100% não faz sentido para mim»

TÉNIS15.06.202321:30

Sem ganhar uma partida desde a ronda inaugural do Millennium Estoril Open no início de abril, João Sousa anunciou uma paragem por tempo indeterminado, mas o tenista de 34 anos ainda que contrariar a ideia de poder ser o adeus definitivo ao ténis, debelando a inflamação na zona lombar que o impede de competir sem dores.

«Jogar assim, sem estar a 100%, não faz sentido para mim», garantiu o vimaranense a A BOLA. «Esta lesão na coluna persegue-me desde o início do ano e tem sido limitativa. Na Taça Davis, frente à Chéquia [30 de janeiro a 2 de fevereiro] prejudicou bastante os movimentos, sentia muitas dores. Na verdade, só passam se tomar anti-inflamatórios e sem eles as dores não passam. O diagnóstico é inflamação nas vértebras e os médicos que preciso de tempo, mais tempo do que fisioterapia que também tenho feito», declarou o vimaranense que desceu ao 309.º lugar do ranking mundial, no qual já figurou em 28.º.

Resignado à decisão de parar após ter somado a nona derrota consecutiva no qualifying de Roland Garros, João Sousa reconhece que «não tem sido fácil de lidar com a situação», mas que estava «cansado deste ciclo-vicioso» que o levou a parar sem «estimativa» para voltar. «Vai depender de como me sentir, das sensações. Também já parei e as dores não passaram, só com os anti-inflamatórios. Pela minha forma de competir, sei que se o corpo não estiver a 100% será muito difícil motivação para jogar ao mais alto nível», vincou.

Dar a carreira por finda, mesmo alegando já não «caminhar para novo», é algo que o melhor tenista português de todos os tempos se recusa a fazer. «Pensar se esta paragem possa vir a ser definitiva? Não penso nisso. Mas, a partir do momento em que já não sentir motivação para jogar, então será hora de pensar em acabar. Para já ainda estou focado e recuperar e tentar voltar a jogar a um bom nível», asseverou o vimaranense, dizendo que salvo em 2019, quando esteve parado três ou quatro semanas, para debelar fratura de esforço no pé, nunca esteve tanto tempo longe das raquetas, como antevê estar nesta fase.