Além de Nuno Borges, há mais dois jogadores portugueses a viverem a melhor temporada das respetivas carreiras, ainda que no circuito secundário (Challenger). São eles Jaime Faria, de 21 anos, e Henrique Rocha, 20 ano, e a época não passou despercebida à ATP, que realizou entrevista com este último. Encontrando-se agora em 164.º do ranking mundial, o portuense conseguiu este ano ganhar o primeiro torneio Challenger da carreira, em Múrcia, mas mais importante ainda é o facto de estar entre os oito melhores tenistas sub-20. Caso o português consiga manter-se nestes lugares qualifica-se para as Next Gen ATP Finals, prova que se realiza entre 18 e 22 de setembro, em Jeddah, na Arábia Saudita. «Para mim, seria uma oportunidade fantástica», começou por dizer Henrique Rocha. «Era o meu objetivo desde o início da época. É algo em que me vou tentar concentrar nos meses que nos restam. Vou tentar tudo o que puder para lá ir», garantiu o atleta do Centro de Alto Rendimento (CAR), onde vive desde os 15 anos. «Há quatro anos, eu diria que ainda era como um bebé. Neste momento sinto-me muito mais maduro, talvez mais do que os outros. Diria que é por isso que estou a melhorar um pouco mais depressa. Isso tem-me ajudado não só nos jogos a ser mais consistente, mais concentrado em certos momentos e a esforçar-me mais nos treinos», avaliou Rocha. Tem sido mais um ano de aprendizagens para o nortenho, que apesar de tudo nota melhorias já em relação ao início do ano, especialmente na consistência. Porém, sem grandes filtros nas declarações admitiu que está focado em «melhorar muito o serviço e a resposta ao serviço». «A força que tem nas pancadas não é normal» Até pode ser essa uma das razões do crescimento de Henrique Rocha, mas para o treinador Pedro Sousa, que se retirou da modalidade em 2023, há uma característica do pupilo que o impressiona e que saltou logo à vista da primeira vez que treinaram um com o outro, no CAR. «A força dele não é normal. A direita e a explosão que tinha já eram muito boas e impressionantes para um miúdo de 15 anos», referiu Sousa à ATP. Recorde a entrevista de Henrique Rocha ao jornal A BOLA: «Pelo menos em Portugal, não estamos habituados a ver isso muitas vezes. Não temos muitos jogadores, mas mesmo para o resto do mundo, não é muito comum a potência que ele consegue colocar nas pancadas, especialmente na direita. Acho que hoje muita gente vem ter comigo e diz: 'Olha, ele não precisa de tanta potência para jogar' .Acho que, para muita gente, é impressionante», examinou.