Guilherme tem 3 anos e já sabe fazer o haka. A história do menino português que encantou os All Blacks
De pai para filho, a paixão pelo râguebi levou esta família a ser ‘adotada’ pelos «semideuses» da Nova Zelândia
Não é preciso gostar muito de râguebi para já ter ficado especado em frente à televisão a ver os jogadores da Nova Zelândia fazerem o haka. A dança maori provoca muitas sensações: medo, respeito, admiração. Os jogadores, que já de si não são propriamente pequenos, elevam-se a figuras quase místicas e cumprem este ritual de forma perfeita: com os braços, com os rostos, até com as línguas de fora. E cantam.
Mas já parece ser preciso gostar muito de râguebi para aprender a fazê-lo. Ainda mais quando se tem apenas 3 anos, se vive a quase 20 mil quilómetros da Nova Zelândia e num país sem grande tradição neste desporto.
É o caso do Guilherme, que esta semana apareceu num vídeo partilhado pelos All Blacks no instagram, que, à hora da publicação deste artigo, conta com quase 600 mil visualizações.
O vídeo, conta a A BOLA o pai, Pedro Prata, foi gravado antes do Irlanda-Nova Zelândia, dos quartos de final do Mundial, prova que os All Blacks vão tentar vencer no sábado (contra a África do Sul, às 20:00).
«Vemos sempre os jogos de râguebi, porque eu joguei e então desde bebé que o Gui vê râguebi e cantamos os hinos dos países no princípio dos jogos, assim como desde bebé que fazemos o haka», relata.
Portanto, para esta família, não foi surpreendente que Guilherme tenha executado tão bem o haka filmado naquele dia. No instagram dos All Blacks, foram muitos os comentários, emocionados, de amantes desta equipa por todo o mundo: «Alguém leve este miúdo à final para ver o haka ao vivo», «Isto fez-me chorar e aqueceu o meu coração», ou ainda o muito sincero «Tenho 39 anos e também o faço em casa».
«Ver o vídeo publicado pelos All Blacks foi uma emoção, um sonho. Para um amante de râguebi, eles são quase semideuses», resume Pedro.
Mas o interesse de Guilherme pelo râguebi não se fica por aqui. Já sabe dizer os nomes dos principais jogadores da Nova Zelândia, Fiji, Argentina e África do Sul e já está inscrito na modalidade, ainda que seja demasiado pequeno para competir.
«O râguebi é um desporto de valores e isso para mim é o mais importante. Educo o meu filho por esses valores que o râguebi incute: paixão, respeito, disciplina, integridade, solidariedade, coragem, espírito sacrifício. Para mim isso é o melhor do râguebi e por isso quero que o meu filho aprenda o que é este desporto», diz o pai.
Sábado há final e, nesta casa, o cenário vai repetir-se: «Ele já está preparado para novo haka e para ver o Siya Kolisi (capitão da África do Sul e um dos jogadores preferidos dele) a jogar.»
Boa sorte, então, para o Guilherme, que esta semana já ganhou.