«A guerra deixou-me mais forte», rematou a ucraniana Elina Svitolina ao interromper a série de 14 vitórias seguidas da líder mundial, a polaca Iga Swiatek, qualificando-se para as segundas meias-finais de Wimbledon em três sets. Em masculinos, a tradição ainda se mantém, apesar das dificuldades do sérvio Novak Djokovic em desembaraçar-se do russo Andrey Rublev e atingir a mesma fase do único torneio do Grand Slam em relva pela 12.ª vez. Há sete meses, Elina Svitolina festejava o nascimento da primeira filha do casamento com o jogador francês Gael Monfils. Parou de jogar em março, um mês depois da invasão da Rússia à Ucrânia, e Skai nasceu em outubro. Precisava de «desligar» da competição e não tocou numa raquete. No início deste ano, voltou a conectar-se com o ténis, mas poucos imaginariam um regresso de garra em Wimbledon, onde se impôs no terceiro parcial. «A guerra deixou-me mais forte, também psicologicamente. Já não encaro os momentos difíceis como catástrofes. Há coisas piores na vida», explicou a ucraniana, vencedora por 7/5, 6/7 (5-7) e 6/2 ao fim de duas árduas horas e 50 minutos. Após o nascimento da filha, Elina Svitolina demorou três meses a recompor-se. A antiga número 3 mundial apresentou-se em Wimbledon com o estatuto de 76.ª, o que nada impediu a qualificação-se para as meias-finais do major britânico pela segunda vez na carreira. A medalhada de bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio2020 garantiu a sétima vitória diante de uma líder do ranking e quarta frente a uma campeã de um major, porque superou no passado Venus Williams, Sofia Kenin e Victoria Azarenka. É a terceira jogadora na Era Open a derrotar quatro antigas campeãs do Grand Slam no mesmo torneio, depois da norte-americana Serena Williams no Open dos Estados Unidos em 1999 e da belga Justine Henin em Roland Garros em 2005. A checa Marketa Vondrousova, responsável pelo desaire da norte-americana Jéssica Pegula por 6/4, 2/6 e 6/4, é a próxima rival, reeditando ambas as meias-finais de Tóquio2020. Se a líder mundial de femininos saiu de cena, o número dois mundial e a defender a vitória de 2022, Novak Djokovic, resistiu à pressão de um 400.º jogo do Grand Slam iniciado a perder para sobreviver ao russo Andrey Rublev, sétimo, em quatro sets com os parciais de 4/6, 6/1, 6/4 e 6/3. A vaga nas meias-finais de um major pela 46.ª vez permite ao sérvio igualar o recorde do suíço Roger Federer. Novak Djokovic continua a luta pelo oitavo troféu em Wimbledon, quinto consecutivo, diante do italiano número 8 mundial, Jannik Sinner, que se impôs ao russo Roman Safiullin, 92.º, por 6/4, 3/6, 6/2 e 6/2. Não serão dois desconhecidos em court porque encontraram-se em Wimbledon nos quartos de final de 2022, infelizes para o transalpino depois de vantagem de 2-0. «Isto significa muito para mim. Trabalhámos muito e fizemos muito sacrifícios por este momento, muito bom para mim. Estou feliz por estar na meia-final», confessou Jannik Sinner.