Morangos com chantilly. Visto. Equipamentos brancos. Visto. Campeões a abrirem as hostilidades no court central. Visto. Chuva a atrasar mais de hora e meia o início da jornada. Visto. Estão cumpridas algumas das tradições de Wimbledon. Pelo que foi com o teto retrátil fechado que Novak Djokovic iniciou com sucesso a corrida a vários recordes no Grand Slam da relva: igualar os oito títulos de Roger Federer na quinzena londrina e bater o próprio máximo do ténis masculino de 23 troféus ‘major’. Apenas Margaret Court conquistou 24 torneios dos grandes. Contas à parte, o sérvio segundo designado não se deixou abalar pela grandeza dos números e levou a melhor sobre o argentino Pedro Cachín, 68.º mundial, com os parciais de 6/3, 6/3 e 7/6 (7-4), rubricados em 2.11 horas. «Não pode ficar melhor do que isto em Wimbledon, no que diz respeito à história e à tradição», confirmou Djokovic que pegou numa toalha para tentar ajudar a secar a relva húmida devido às condições climatéricas. «Já o disse muitas vezes ao longo da carreira. Vir a Wimbledon sempre foi um sonho, ter ganho em 2011 foi um sonho de criança tornado realidade e, a cada ano que regresso, é como reviver essas memórias e ligar-me àquele menino que sonhava com tudo isto na Sérvia», sublinhou tenista sérvio que almeja o quinto título consecutivo no torneio. «Tento não ter cada partida, cada minuto que passo no court por garantido. Sinto-me abençoado e é magnífico o sentimento de poder estar aqui», reforçou o sérvio. Ao contrário do experiente Djokovic, o adversário jogou apenas o primeiro ATP na relva em Maiorca. Apesar disso, Cachín bateu-se bem com o sérvio 94 vezes campeão no circuito, apenas cedendo quatro dos 11 pontos de break do jogador de 36 anos que lhe teceu rasgados elogios. «Penso que o Pedro merece um valente aplauso por tudo o que fez hoje, em particular no terceiro set, em que se bateu muto bem», enalteceu Djokovic que pode recuperar o topo do ranking, agora na posse de Carlos Alcaraz.