Brittney Griner, 32 anos, fez o regresso oficial à WNBA, liga norte-americana feminina de basquetebol, cinco meses depois de ter sido libertada de uma prisão na Rússia. A jogadora das Phoenix Mercury voltou num duelo face às Los Angeles Sparks, que terminou com uma derrota por 94-71, uma semana depois de um jogo pré-época contra a mesma equipa. «Soube bem, muito bem. Senti-me como da última vez que joguei», referiu a jogadora após o jogo, em que alcançou 18 pontos, seis ressaltos e quatro desarmes de lançamento, na noite de abertura desta época da WNBA. «O amor que senti dos fãs foi incrível», acrescentou. O regresso foi celebrado por várias organizações e personalidades ligadas ao mundo do basquetebol, como a Nike, que inaugurou um painel publicitário em sua honra, onde se pode ler: «O basquetebol voltou a casa». Também a vice-presidente americana, Kamala Harris, que esteve incansavelmente envolvida no processo de libertação, visitou Griner e a equipa antes do jogo. A jogadora foi libertada em dezembro de 2022, depois de ter passado dez meses numa prisão russa, por alegada posse de cartuchos com óleo de canábis. A atleta foi condenada a nove anos de prisão, mas a sua liberdade foi negociada em troca de um traficante de armas russo, prisioneiro nos Estados Unidos. «Estou a apreciar tudo porque o amanhã não é garantido. Nunca se sabe como vai ser», concluiu Griner. A treinadora das Mercury, Vanessa Nygaard, pôde finalmente começar os comentários pré-jogo sem ter de anunciar há quantos dias Brittney estava presa, algo que fez religiosamente em todos os jogos anteriores. «Foi pesado todos os dias», revelou a técnica. Apesar da derrota, nada derrubou a boa disposição de Nygaard naquele que considerou ser «um dia de alegria». «Trouxemos de volta está mulher negra e gay de uma prisão russa e a América fê-lo porque eles a valorizavam por ser uma atleta. Vejo a Griner e vejo esperança», declarou a treinadora.