Num jogo sem grande história a não ser a dos números, como os que permitiram que ao intervalo (23-64) a Ovarense tivesse menos pontos do que o Benfica havia conseguido só no quarto inaugural (16-28), os campeões nacionais saíram de Ovar com uma esmagadora vitória por 115-44 (28-16, 36-7, 31-14, 20-7) no jogo 3 da meia-final do 'play-off' que, pela segunda temporada consecutiva, os apura para a final da Liga Betclic 2022/23, onde defrontarão o vencedor da série FC Porto-Sporting (0-2), que na sexta-feira (19.30 h) terá o terceiro embate, no Pavilhão João Rocha, em Lisboa. Sem nunca ter estado em desvantagem e apenas permitindo que, depois do 2-3, os donos da casa voltassem a encurtar a diferença a 1 aos 10-11, a forte pressão defensiva a partir do meio-campo e sobretudo junto à linha de três pontos com uma movimentação elástica e constates, foi retirando espaços para o lançamento exterior dos homens de João Tiago Silva, assim como quaisquer linhas de passe para dento da área restritiva e trouxe um parcial de 2-13 (12-24) que, ainda assim, poucos imaginariam o descalabro que se viria a passar. Além de na defesa nada deixarem passar e ao recuperarem a bola não perderem tempo para lançarem contra-ataques ou jogar em transição como tanto gostam, a eficiência do lançamento exterior dos lisboetas ajudou também a sugar a criatividade e concentração dos de Ovar. Assim, pouco depois do início do 2.º quarto foi construído um avassalador parcial de 0-22 (17-54) no qual durante quase 6m os locais não marcaram. E quando voltaram a consegui-lo, a 1.52m da ida para os balneários, foi de lance livre. Aliás, os únicos dois pontos que haviam registado até então no período tinham sido da linha de lance livre. mas nem sequer eram de forma consecutiva. Ao intervalo, onde a desvantagem era já de 41 (23-64), os 18 turnovers da Ovarense (terminaram com… 33!) tinham proporcionado 26 pontos às águias, que contabilizavam também 13 roubos de bola (22). Curiosidade, então as percentagens de lançamento do Benfica eram de 61% tanto em lançamentos de campo (22/36), como em lançamentos de 2 (11/18) ou em triplos (11/18). Só a linha de lance livre detinham… 100% (9/9). Para a 2.ª parte Norberto Alves parece ter proibido que alguém colocasse sequer a hipótese de abrandar o ritmo de jogo e intensidade defensiva e, na verdade, ninguém o fez. Se até então haviam convertido 11 triplos, acabaram com 20 em 41 tentativas (48%). Só marcaram mais um lançamento de 2 (21/33, 63%) do que para lá da linha dos 6,75m. Quando soou o apito final e depois de apenas terem permitido que os visitados conseguissem 7 pontos no 4.ª período, como acontecera no 2.º, Toney Douglas (23 pts, 5 res, 3 ass, 5 rbl), Makram Romdhane (15 pts, 7 res, 2 ass, 6 rbl), Ivan Almeida (15 pts, 7 res, 3 ass), James Ellissor (14 pts, 3 ass) João Betinho Gomes (11 pts, 5 res) e Aaron Broussard (10 pts, 4 ass) haviam todos atingido a dezena de pontos. Aliás, Ivan só marcou triplos (5/7), já que a única ocasião em que atirou de 2 falhou. Do lado contrário, ninguém logrou chegar à dezena, nem mesmo Render Woods (5 pts, 3 res, 4 ass, 10 trn), Isaiah Johnson (9 pts, 3 res, 3 ass, 6 trn), Brandon Peel (7 pts, 5 res) ou Candido Sá (7 pts, 7 res), mais ainda assim e com a mais pesada e desmoralizadora derrota da época, viram os fãs que praticamente esgotavam a Arena de Ovar apoiá-los incessantemente. Nos minutos finais até de pé como que agradecendo e celebrando a temporada em que voltaram ao play-off e às meias-finais. Algo que não viviam desde 2018/19.