Um campeão é sempre candidato ao título e os Nuggets não serão diferentes quando, esta terça-feira, começarem a defesa da conquista de 2022/2023 com a receção aos Lakers na Ball Arena. Jogo que lança a 78.ª temporada da NBA, com o descerrar do estandarte no pavilhão e a entrega dos já muito criticados, pelo design de gosto duvidoso, anéis de campeão. Mas a missão de Denver não é fácil. Mostra a história que a última vez que alguém defendeu com sucesso o primeiro campeonato de sempre foram os Rockets em 1993/1994 e 1994/1995, onde alinhava o ex-Ovarense Mario Elie. Além do mais, desde que os Warriors arrebataram dois cetros seguidos (2016/17, 2017/18), nas últimas cinco épocas ninguém se sagrou bicampeão. Isto numa Liga de 30 clubes em que dez que nunca levantaram o Troféu Larry O’Brien e metade desses nem chegou aos Finals: Clippers, Wolves, Hornets, Grizzlies e Pelicans. Há um ano os Nuggets sabiam o que era estar nessa situação. Não tendo os do Colorado quase mexido no plantel liderado pela dupla Nikola Jokic e Jamal Murray, mas sendo o poste sérvio, MVP em 2021 e 2022, e ainda de 28 anos, a estrela que ninguém possuiu e é um caso complicado de travar, Suns, Lakers e mesmo Warriors serão os principais rivais de Oeste. Existem ainda os Kings: 3.º de Oeste na regular season em 2022/23 e eliminados no Jogo 7 da 1.ª ronda do play-off pelos Warriors. Já sem Neemias Quetal no plantel depois deste er sido dispensado em setembro, mas certamente mais sistematizados, com o jovem Keegan Murray a dar outra ajuda a De'Aaron Fox e Domantas Sabonis, havendo a curiosidade de agora contarem com o búlgaro MVP da Euroliga Sasha Vezenkov. Em Phoenix, a aquisição de Bradley Beal, que nas últimas sete épocas tem médias superiores a 23 pontos — atingiu 31,3 em 2020/21 —, para atuar ao lado de Kevin Durant e Devin Booker só não é jogada de mestre porque enfraqueceu o banco para que fosse possível. O base, tem sofrido lesões complicadas, não terá o peso psicológico de liderar a equipa ao sucesso — cabe a KD —, que nunca conseguiu nos Wizards, eleva o poder ofensivo e atlético dos Suns além do que Chris Paul oferecia. A isto, e apesar da decisão de finalização passe muito pelo tiro exterior, a ajuda que o poste bósnio Jusuf Nurkic (ex-Blazers) torna, definitivamente, o cinco mais temível. Nos Lakers, celebra-se a 21.ª temporada de LeBron James na NBA, feito que apenas Robert Parish, Kevin Willis, Kevin Garnett, Vince Carter (jogou 22) e Dirk Nowitzki concretizaram. Mas nenhum capaz de apresentar os números e capacidade física daquele que, face à reforma de Andre Iguolada após 19 épocas, será o mais velho nos courts. Em dezembro LeBron celebra o 39.º aniversário e enquanto espera que, em 2024/25, o filho Broony se junte a ele na Liga, promete bater mais uma dúzia de recordes, incluindo ser o primeiro a atingir 40 mil pontos na fase regular, está com 38.652, e chegar a 20 All-Star Games. Tenha Anthony Davis a saúde de King James e jogadores como D’Angelo Russell, Austin Reeves, Christian Wood ou Rui Hachimura para dar consistência sem desaparecerem no play-off, e os Lakers poderão concretizar a velha ambição de ultrapassarem os Celtics em títulos (17) e LeBron ficar a um de Michael Jordan para apimentar a discussão de quem é o GOAT. Por fim, no Oeste, os Warriors, quatro vezes campeões em seis finais nos últimos nove anos, irão, novamente, esticar a qualidade (e idade) de Stephen Curry, Klay Thompson e Draymond Green para ver se dá mais um, e agora com a ajuda de Chris Paul. Mudando para o Este, os Heat defendem o título de conferência, mas, até porque falharam a aquisição de Damian Lillard para satisfação de Jimmy Butler, são um dos principais candidatos? Não! Tal como há um ano não eram. Recorde-se que Miami chegou aos Finals após de ter sobrevivido ao play-in, mas essa é a magia do play-off. Assim, Bucks e Celtics absorvem o favoritismo no Este. E nas casas de apostas. Já em Milwaukee, a aquisição de Damian Lillard aos Blazers para atuar ao lado de Giannis Antetokounmpo foi a transferência de que caiu como um relâmpago. Pela primeira vez juntam-se dois basquetebolistas que na época anterior tiveram média superior a 30 pontos. A dúvida: funcionarão a 100 por cento? Ambos estão habituados a ter a bola na mão e a decidir e agora têm de acertar os relógios. Além do mais, os Bucks têm um novo treinador, Adrian Griffin — tal como outras cinco equipas, incluindo os Suns (Fank Vogel) —, o que eleva a expectativa. Mas se os egos não colidirem... e Khris Middleton se mantiver sem lesões, o terceiro título em Milwaukee é possível. Os Celtics reagiram e foram a Portland buscar Jrue Holiday. Valiosa moeda de troca de que os Bucks tiveram de abrir mão no negócio que lhes trouxe Lillard. Nunca esperaram era que Jrue fosse parar a apenas 1700 km de distância num conjunto onde Jayson Tatum e Jaylon Brown já têm pouco a provar na Liga, a não ser que são capazes de ganhar campeonatos. Mas antes de Holiday, já Boston havia ido buscar o ext./poste Kristaps Porzingis aos Wizards. Unicórnio com números incríveis, mas que apenas por três ocasiões em oito temporadas disputou mais que 60 jogos na regular season. Neemias Queta será um dos seus substitutos e sentar-se-á num dos bancos mais profundos. Importante para que os Celtics voltem a ser os mais titulados. Será que os 76’ers conseguem entrar neste lote a Este? Nahhh! Para já não igualaram os reforços de Milwaukke e Boston e continua a existir demasiada distração em torno do sai-não-sai, treina-não-treina de James Harden. E Joel Embiid precisa da ajuda de outro All-Star para poder ser mais do que candidato a MVP. Agora seguem-se 1230 jogos em seis meses de regular season e antes do play-off refazem-se as contas. Fenómeno Wembanyama Não se espera que os Spurs cheguem sequer ao play-off, mas isso não significa que não venham a ser uma das equipas mais seguidas. Correção: que Victor Wembanyama, o jogador a quem LeBron James chamou alien (extraterrestre), pelas invulgares capacidades face aos seus 2,24m, antes de entrar para a NBA como N.º 1 do draft de 2023, não tenha especial atenção. É um fenómeno. Após ter conseguido que os jogos dos Metropolitans 92, vice-campeões da liga francesa, fosse transmitidos pela NBA TV, e que o jogo de estreia pelos texanos na Liga de Verão registasse a segunda maior audiência de sempre, o poste francês encantou tudo e todos na pré-temporada e já intimida quem queira lançar na sua frente ou o tente travar. Os Spurs não vão a lado nenhum, mas têm 12 transmissões nacionais agendadas. Mais do que outros 16 clubes. Tudo por culpa de Wemby.