A elite mundial de voleibol de praia regressa a Espinho
Três duplas portuguesas encontram-se na competição. Na vertente masculina João Pedrosa e Hugo Campos, bicampeões nacionais, estão no quadro principal e os irmãos Gonçalo e Tomás Sousa vão à fase de qualificação. No torneio feminino, Beatriz Pinheiro e Inês Castro estreiam-se num torneio desta categoria
Areia, sol e… voleibol. Começa esta quarta-feira uma das mais importantes provas do circuito mundial de voleibol de praia, organizada pela Federação Internacional deste desporto e em território português. Pela quarta vez, a praia da Baía, situada na cidade de Espinho, vai acolher uma etapa Elite 16, entre os dias 22 e 26 de maio, depois de o mesmo ter acontecido em 2018, 2019 e 2022, numa competição que coloca frente a frente as 16 melhores duplas da atualidade, tanto na vertente feminina como na masculina.
Três duplas lusas, duas masculinas e uma feminina em cada vertente, vão representar Portugal, por terem sido convidadas diretamente para o evento. As equipas compostas por João Pedrosa/Hugo Campos, bicampeões nacionais, mas também os irmãos Sousa, Gonçalo e Tomás, são as duas na competição de homens, porém, em fases diferentes da mesma.
E, apesar da exigente tarefa, as duplas masculinas vêm com confiança redobrada, porque os quatro atletas portugueses garantiram – sob orientação do selecionador nacional Ricardo Rocha -, no passado domingo, a presença na fase final da Taça das Nações, depois de ultrapassarem a Turquia, Eslováquia e a Polónia na final da ronda preliminar. Importante feito, uma vez que os vencedores dessa prova carimbam passaporte para os Jogos Olímpicos de Paris 2024.
O formato da competição
Para Gonçalo e Tomás Sousa, depois dessa experiência, segue-se agora uma estreia num evento do Circuito Mundial de voleibol de praia. Ocasião que terá um gosto extra, uma vez que se vai dar em sua casa, em Espinho.
«Após uma estreia internacional de sonho, temos a grande oportunidade de participar numa etapa Elite, Em Espinho», começou por dizer Tomás à Federação Portuguesa de Voleibol. «Vamos jogar contra as melhores duplas do mundo. Será certamente uma grande experiência e deixaremos tudo em campo para mostrarmos o nosso valor», terminou.
Contudo, o início desta campanha terá de começar na fase de qualificação, o que significa que estão a concorrer com outras 15 duplas por uma das quatro vagas que dão acesso ao quadro principal… onde já têm lugar garantido os compatriotas João Pedrosa e Hugo Campos.
Não há espaço para erro para os portugueses nesta fase inicial, face ao formato adotado. Na primeira ronda, as duplas enfrentam-se de acordo com o ranking mundial e as vencedoras dos jogos avançam para uma segunda ronda, eliminando as derrotadas. Depois, as oito equipas vencedoras jogam entre si um encontro final – sempre disputado à melhor de três sets, ou seja, a primeira a vencer dois parciais, tal como se verifica no restante torneio - para definir as quatro que entram na fase de grupos.
Por isso, o primeiro teste é, em termos de ranking, o mais difícil para os portugueses, porque sendo a 16.ª e equipa menos bem classificada vão ter de enfrentar os primeiros cabeças de série – os norte-americanos Miles Evans e Chase Budinger, para continuar em prova.
Depois do 21.º lugar alcançado na etapa Elite16 de Doha, João Pedrosa e Hugo Campos vão disputar pela primeira vez na carreira um quadro principal de provas desta categoria. Nesta fase, as 16 equipas qualificadas vão ser repartidas em quatro grupos, contudo, para se atingirem os play-offs da mesma, ‘basta’ ficarem nos primeiros três lugares de cada pool. Assim, as segunda e terceira classificadas seguem para os quartos de final, com os vencedores de cada agrupamento a garantirem presença logo nas meias-finais.
«Jogar em casa é sempre uma motivação extra e nós queremos sempre dar uma boa imagem, seja qual for o nível do torneio. O nosso objetivo é tentar passar a fase inicial, de grupos, o que é muito difícil pois estarão cá as duplas mais fortes a nível mundial, mas vamos lutar em cada jogo para vencer», referiu à Federação.
«Sabemos que os pontos que conseguirmos amealhar neste torneio serão muito importantes em termos olímpicos e para a nossa qualificação para o Campeonato da Europa», continou. Para chegar aos Jogos Olímpicos, os portugueses, atualmente na 34.ª posição do ranking teriam de se encontrar entre as cinco parcerias mais bem classificadas da hierarquia mundial e que ainda não se tenham qualificado para Paris – prova com 12 formações - através do torneio pré-olímpico, que distribui seis vagas. O anfitrião, a França, garante quota de anfitrião.
Tal como os compatriotas, o desafio de Pedrosa e Campos é duro, visto que medem forças contra a 4.ª e 5.ª melhores equipas do mundo, pelas parcerias brasileiras compostas por George Wanderley/Andre Stein e Evandro Júnior/Arthur Lanci, e também um adversário proveniente da qualificação. O primeiro encontro é já esta quinta-feira, às 11 horas.
No que toca ao torneio feminino, Inês Castro e Beatriz Pinheiro, 94.ª no ranking mundial e bicampeãs nacionais da modalidade, estão na pool D com perigosas oponentes pela frente. A quarta melhor equipa feminina, composta pelas neerlandesas Katja Sam e Raïsa Schoon, encabeça este grupo, composto ainda pela 5.ª dupla mais bem classificada do mundo, as norte-americanas Kristen Nuss e Taryn Kloth.
«Estamos conscientes dos desafios que vamos encontrar, mas encaramos isso como uma oportunidade de elevar o nosso desempenho ao máximo. Independentemente dos resultados, temos a certeza de que contaremos, mais uma vez, com o apoio dos portugueses durante toda a competição.»