Com o nome a figurar pela 388.ª semana no topo do ranking ATP, o sérvio Novak Djokovic desfilou pela terceira vez com o Troféu dos Mosqueteiros por Paris. Desta vez, com a taça de campeão de Roland Garros a reluzir a história escrita na véspera pelo tenista de Belgrado que se tornou no homem com mais títulos do Grand Slam do ténis: 23! Entre as colunas de ferro da ponte Bir-Hakeim, nome de oásis líbio que foi palco de uma batalha das forças francesas na II Guerra Mundial, Djokovic, que também tem travado as suas, sejam políticas ou ideológicas, foi no court que provou estar acima dos demais. O norueguês Casper Ruud, n.º 4 ATP e campeão do Estoril Open, sentiu-o na final em que foi negado, pelo segundo ano consecutivo, o título parisiense. «Cansado» pelo esforço físico, mas muito pelas emoções materializadas com o triunfo, por 7/6 (7-1), 6/2 e 7/5, Nole, como é conhecido o sérvio, não se cansava de salientar o «orgulho» que lhe varria a alma. «Preciso de algum tempo para recuperar. Foram duas semanas maravilhosas e também esta época. Conquistei os dois Grand Slam jogados, que era exatamente o que queria no início do ano. Se já ganhei dois, não podiam estar melhor agora», vincou sorridente com a Torre Eiffel por pano de fundo. «Estou delirante e orgulhoso por fazer história no desporto que amo verdadeiramente e poder partilhar isso com amigos, família e equipa é fantástico. Foi uma caminhada verdadeiramente dura, cada partida exigente, mas fomos bem-sucedidos e estou contente», repetiu como se palavras fossem necessárias para complementar as imagens dos abraços na box, as fotos com a mulher Jelena e os dois filhos, Stefan e Tara, com quem correu pelo court. Djokovic está no bom caminho para fazer o verdadeiro Grand Slam - conquistar o Open da Austrália, Roland Garros, Wimbledon e US Open num só ano -, mas para já ter-se desvinculado de Rafael Nadal no recorde de títulos de Slam em Paris é especial por si só: «Tem um sabor mais doce porque este sempre foi o mais difícil de ganhar dos quatro Grand Slam. Gerou-se um ambiente único no court e também nas bancadas. Quando caí no chão, senti-me aliviado e assoberbado por tão boas emoções.» Testemunhas de um momento histórico, os adeptos gritaram pela alcunha do sérvio de 36 anos em uníssono. Grato, Nole até ofereceu a raqueta a um deles. A imagem do homem, agarrando o precioso objeto com uma mão e, na outra, um cartaz com as cores sérvias e o troféu com o número 3, tornou-se viral e depressa as oportunidades de negócio surgiram. Darren Rowell, afamado colecionador, chegou-se à frente. «50 mil dólares se a vender na próxima semana», escreveu no Twitter. Post que, pelo menos publicamente, ficou sem resposta...