Se a conquista dos três títulos nacionais da época passada não bastasse como demonstração de força suficiente, o Sporting entrou na nova época a dissipar qualquer dúvida que ainda existisse. Frente ao Benfica, a equipa de Ricardo Costa resolveu a Supertaça na primeira parte, depois de ter chegado ao intervalo a vencer por 10 (!!) golos de diferença (20-10). Na segunda parte não abrandou e conquistou o troféu com uma vitória expressiva por 37-21. Com uma defesa implacável que foi secando todas as tentativas do ataque encarnado, e a mostrar a fluidez ofensiva que na temporada passada encantou os adeptos e fez estragos em Portugal e na Europa, o Sporting aproveitou uma exclusão de Alexis Borges ainda antes de estar cumprido o primeiro minuto, e aos oito minutos já tinha o dobro dos golos do adversário: 6-3. Sem encontrar soluções ofensivas e a falhar em golos com jogadores isolados perante o guarda-redes, aos 18 minutos, Jota González viu-se obrigado a pedir o segundo desconto de tempo, quando as águias já perdiam por 11-4! Desse time-out veio a opção pelo ataque em 7x6 que começou por dar algum resultado, em três minutos os encarnados marcaram os mesmos quatro golos que tinham até então. Contudo, as correções feitas por Ricardo Costa resolveram a questão, permitiram golos de baliza aberta aos leões e tal vantagem de dois dígitos ao intervalo. Era preciso um super-Benfica para mostrar uma reação que lhe permitisse reentrar na discussão do jogo. Mas não foi isso que se viu. Bem longe, até. Com a equipa encarnada perdida em campo – e pior ficou com a expulsão de Alexis Borges aos oito minutos do segundo tempo – o Sporting foi cavando uma diferença que chegou aos 15 ainda antes do meio da 2.ª parte. E a partir daí, o Sporting geriu sem desacelerar, mas a rodar mais a equipa, enquanto o Benfica passou a tentar sair sem ser humilhado. Ricardo Costa deu-se ao luxo de guardar os dois time-outs de que dispunha, porque a equipa joga quase de olhos fechados e conseguiu ainda aumentar a vantagem. Fê-lo sem Kiko Costa, que se lesionou no primeiro lance da partida e jogou muito pouco tempo, e também com muito pouco Orri Thorkelsson, ponta islandês que foi uma das figuras da equipa na temporada passada, mas que estava limitado fisicamente. Sem eles, Martim Costa foi o melhor marcador, com nove golos, bem acompanhado por João Gomes, que substituiu Kiko a lateral direito e apontou seis, e do guarda-redes Andrè Kristensen, com oito defesas. A disparidade final deixa clara a superioridade leonina no jogo, e mesmo não traduzindo a real diferença entre as duas equipas, mostra que o Benfica está muito, muito longe de poder competir com o rival. Na véspera, Jota González tinha admitido que vitória sobre o FC Porto era «apenas um passo» na tentativa de encurtar a desvantagem para os rivais. A derrota pesada frente ao Sporting mostra que faltam vários passos ainda. Já o Sporting dá nova e inequívoca demonstração de força e conquista a quinta Supertaça do seu historial. Começa a nova época como passou a anterior: a ganhar! Já são cinco os títulos consecutivos da equipa de Ricardo Costa a nível interno: duas Taças de Portugal, duas Supertaças e o campeonato.